ORIENTE MÉDIO | Notícia

Trump diz que "paciência está se esgotando" e pede rendição do Irã

Devido à situação de segurança e orientação do Comando da Frente Interna de Israel, a embaixada dos EUA em Jerusalém estará fechada

Por JC Publicado em 17/06/2025 às 22:53

*Com agências

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu nesta terça-feira (17) a "rendição incondicional" do Irã, ameaçando matar o líder supremo do país, Ali Khamenei. Por outro lado, com a perspectiva de entrada americana na ofensiva, o Irã começou a preparar mísseis e outros equipamentos militares para atacar bases dos EUA no Oriente Médio, segundo o jornal The New York Times.

Em uma postagem em sua rede social, Truth, Trump escreveu: "Sabemos exatamente onde" o aiatolá Ali Khamenei “está se escondendo", acrescentando: "Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá. Não vamos nos livrar dele (matar!), ao menos por enquanto. Mas não queremos mísseis disparados contra civis ou soldados americanos. Nossa paciência está se esgotando”, afirmou

Devido à situação de segurança e em conformidade com a orientação do Comando da Frente Interna de Israel, a embaixada dos EUA em Jerusalém estará fechada de quarta a sexta-feira, informou o Departamento de Estado americano nesta terça-feira.

"Não temos nenhum anúncio sobre como ajudar cidadãos americanos particulares a partir neste momento. O Departamento de Estado está sempre planejando contingências para ajudar na saída de áreas de crise. Alertaremos a comunidade de cidadãos dos EUA se houver informações adicionais a serem compartilhadas sobre as opções de partida", acrescentou a agência em um post na rede X.

ARMAMENTO NUCLEAR

Antes de iniciar seus ataques ao Irã na semana passada, Israel forneceu aos EUA uma inteligência que considerou alarmante: Teerã estava conduzindo pesquisas renovadas úteis para uma arma nuclear, incluindo um sistema de disparo explosivo. Oficiais americanos, no entanto, não se convenceram de que as informações apontavam para uma decisão iraniana de construir uma bomba, segundo oficias dos EUA e dois assessores do Congresso familiarizados com as discussões.

A inteligência compartilhada por Israel no último mês cobria múltiplas linhas de pesquisa iraniana em tecnologia necessária para construir uma arma nuclear, de acordo com as fontes. Eles descreveram "um sistema de iniciação multiponto", técnica usada para detonar múltiplas explosões simultâneas que é usada em bombas nucleares, e mencionaram o trabalho do Irã em partículas de nêutrons para gerar uma reação em cadeia - uma parte crítica da fissão nuclear. Oficiais também afirmam que foram citados explosivos plásticos e integração de material físsil em um dispositivo explosivo.

A resposta dos EUA à Israel foi que a inteligência apenas mostrava que o Irã ainda estava pesquisando armas nucleares, mas os dois países concordam em grande parte que o Irã se colocou em uma posição mais forte nos últimos meses para construir uma bomba nuclear. O Irã, por outro lado, insiste que seu programa nuclear é para fins pacíficos.

Os EUA estimam que provavelmente levaria de uma a duas semanas para o Irã produzir urânio enriquecido em nível de armas suficiente para uma arma nuclear, e oficiais dos EUA disseram que o Irã poderia construir algum tipo de arma nuclear rudimentar em alguns meses.

ATAQUES ISRAELENSES

A Força Aérea de Israel lançou nesta terça-feira, 17, uma nova série de bombardeios contra o Irã, em meio a rumores de que os EUA podem entrar na guerra a seu lado. Os alvos, segundo os militares israelenses, são as cidades de Teerã, centro nervoso do regime dos aiatolás, e Isfahan, onde ficam alvos nucleares e militares.

Segundo a agência estatal Irna, várias explosões foram ouvidas na capital iraniana na noite de hoje (tarde no horário brasileiro). Teerã enfrenta desde o início da semana um êxodo de civis, que congestionaram as estradas para o interior do país.

Ao menos 12 alvos foram atingidos em Isfahan, segundo o porta-voz das Forças Armadas israelenses, brigadeiro-general Effie Defrin. Os militares israelenses divulgaram um vídeo de ataques três locais importantes para armazenamento e lançamento de mísseis terra-terra que foram atingidos em Isfahan na terça-feira.

"Graças aos nossos ataques, as forças do regime iraniano foram empurradas para o centro do Irã. Eles se retiraram do oeste do Irã - mas estamos logo atrás deles", disse o porta-voz.

As forças armadas israelenses também dizem ter atingido vários lançadores de mísseis e radares de detecção em todo o Irã que, segundo elas, tinham como objetivo impedir os ataques israelenses.

Filas nas ruas de Teerã

Neste clima de tensão, nesta terça-feira formaram-se longas filas em frente a padarias e postos de combustível, às vezes de vários quilômetros. Embora os pequenos comércios de bairro ainda estejam abertos, os mercados e joalherias de toda a cidade fecharam suas portas. Também o Gran Bazar permanece fechado.

Os bombardeios israelenses têm deixado graves danos em zonas residenciais, com janelas destruídas, fachadas desabadas e muitos escombros.

Acesso reduzido à internet

Em meio às bombas, o Irã restringiu severamente o acesso à internet e reduziu sua largura de banda em 80% em um esforço para combater agentes israelenses que, segundo o país, ainda estão realizando operações secretas, de acordo com duas autoridades iranianas, uma delas do Ministério das Telecomunicações.

A agência de notícias Tasnim, afiliada à Guarda Revolucionária, disse que a internet seria desativada na noite de terça-feira, para ser substituída por um serviço de intranet controlado pelo Irã. Após dias de interrupção, o tráfego da internet no Irã caiu drasticamente, de acordo com uma análise da Netblocks, um grupo global de monitoramento da internet.

Os bombardeios mútuos deixaram pelo menos 224 mortos no Irã e 24 em Israel, segundo os últimos balanços comunicados pelas autoridades de ambos os países.

 

 
 

Compartilhe

Tags