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Direita tem vários candidatos competitivos contra Lula para 2026, aponta Quaest

Presidente empata com Bolsonaro, Tarcísio, Michelle, Ratinho Jr. e Leite em pesquisa divulgada nesta quinta (5) com as intenções de voto para 2026

Por Rodrigo Fernandes Publicado em 05/06/2025 às 19:15 | Atualizado em 05/06/2025 às 19:18

A pesquisa Genial Quaest divulgada nesta quinta-feira (5) avaliou as intenções de voto para a presidência da República nas eleições de 2026 e apontou que o presidente Lula (PT) empataria numérica ou tecnicamente com cinco candidatos da direita.

No último levantamento, divulgado em março, o petista vencia todos os opositores e só empatava com Jair Bolsonaro (PL), dentro da margem de erro. Agora, além do ex-presidente, ele também foi alcançado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e pelos governadores do Paraná e do Rio Grande do Sul, Ratinho Jr. (PSD) e Eduardo Leite (PSD).

Contra Bolsonaro (PL), Lula aparece numericamente empatado num hipotético segundo turno entre eles. Cada um obteve 41% das intenções de voto. Mas vale lembrar que o ex-presidente está inelegível, embora ainda mantenha o discurso de que será candidato.

Na sequência, aparece Tarcísio de Freitas, que frequentemente figura na liderança entre os nomes da direita contra Lula. O governador de São Paulo ficou com 40% das intenções de voto, contra 41% do presidente da República.

Em comparação com a pesquisa anterior, onde a distância entre Lula e Tarcísio era de seis pontos, o resultado foi significativamente positivo para o governador de São Paulo, que reduziu uma gordura de cinco pontos que os dividia. Considerando os nomes elegíveis, essa foi a menor distância entre Lula e um opositor, representando o maior perigo para o petista, pelo menos neste levantamento.

Michelle Bolsonaro ficou com 39% das intenções de voto, contra 43% de Lula. A diferença entre eles foi de quatro pontos percentuais, dando uma leve folga para o presidente, embora ainda estejam empatados no limite da margem de erro.

Já contra Ratinho Jr. a distância diminui para dois pontos percentuais — o governador do Paraná teve 38% contra 40% do presidente. Assim como aconteceu com Tarcísio de Freitas, a distância entre Ratinho e Lula, que era de sete pontos em março, diminuiu cinco pontos no levantamento atual.

Contra Eduardo Leite, que obteve 36%, Lula ficou com 40%, mantendo os dois empatados tecnicamente no limite da margem de erro. Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) aparece mais distante do petista, marcando 34% contra 44% do presidente — são 10 pontos de diferença.

Assim como em outras pesquisas, os governadores de Minas Gerais e de Goiás, Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União Brasil), aparecem mais distantes, com 33% cada um.

Maioria não quer Lula reeleito

Os números da pesquisa podem mostrar um cenário preocupante para a esquerda, que, diferentemente da direita, não consegue levantar um nome como segunda opção ao atual presidente, que deve buscar a reeleição sob rejeição, conforme mostrou a pesquisa.

A Quaest desta quinta-feira apontou que 66% dos entrevistados acreditam que o presidente não deveria se candidatar à reeleição, enquanto 32% defenderam mais um mandato do petista.

A pesquisa também mostrou que 57% dos entrevistados disseram que não votariam em Lula em 2026. Este número subiu oito pontos percentuais em relação a janeiro deste ano.

Em entrevista ao Jornal do Commercio, o deputado federal Carlos Veras (PT) afirmou que o bolsonarismo fez com que o debate ideológico se sobrepusesse às entregas do governo.

“Mesmo que as pessoas estejam com a qualidade de vida melhorando, mesmo com todos os investimentos, com todas as ações que estão sendo feitas, isso não repercute na decisão da pessoa em escolher seu candidato. A questão ideológica fala mais alto do que o próprio debate econômico”, declarou.

Em relação ao alto número de opções contra Lula, Veras afirmou que pesquisas eleitorais são um recorte temporal do momento, e que ainda há muito tempo para reverter o cenário até a eleição de 2026, quando um único candidato deverá ser escolhido pela direita.

“Em pesquisas, todos os nomes têm potencial, mas a gente sabe que quando o processo eleitoral for caminhando, ele tem uma tendência a afunilar”, apontou, completando que a eleição deverá ser polarizada entre o presidente e um bolsonarista.

“O candidato que conseguir absorver essa identidade mais forte com o bolsonarismo e tudo que eles defendem, vai ser o candidato que vai polarizar com o presidente Lula. Será uma eleição novamente acirrada e decidida em dois turnos”, reconheceu o parlamentar.

Bolsonaro também rejeitado

Mesmo inelegível, Jair Bolsonaro foi considerado pela Quaest e também teve rejeição apontada entre os eleitores. 65% dos participantes afirmaram que o ex-presidente deveria abrir mão da candidatura e apoiar um outro nome para o pleito de 2026. O preferido, com 17%, foi Tarcísio.

45% dos entrevistados também afirmaram que têm mais medo do retorno de Bolsonaro do que a continuação de Lula no poder. Ainda, 55% disseram que não votariam em Jair Bolsonaro para a presidência.

Para o deputado estadual Alberto Feitosa (PL), o entorno de Lula deseja que Bolsonaro seja o candidato, pois isso favoreceria o petista. "Para Lula, o melhor candidato é Bolsonaro. A pesquisa mostra essa história de que o brasileiro tem medo que Bolsonaro volte, então Lula só tem uma chance, e eles vão trabalhar para deixar Bolsonaro candidato”, disse ao JC.

O parlamentar avalia que ter muitos nomes à disposição, como mostrou a pesquisa, é positivo para o campo da direita. “É bom porque vai para o segundo turno. Ratinho Jr não vai apoiar Lula. Tarcísio não vai ser candidato, porque ele teria que se afastar em abril, e ele não vai se afastar tendo uma reeleição certa como governador. E Michelle só vai ser candidata se Bolsonaro não for. Mas Bolsonaro só vai desistir se ele estiver morto”, declarou.

Segundo ele, o mau desempenho de Lula apontado na Quaest se dá por falta de entregas. “O governo Lula 3 é pior que o Dilma 2, não acerta em nenhuma das áreas. Todo mundo está vendo que o Brasil colapsou, não está conseguindo cumprir os programas. A gente não sabe quem será o próximo presidente do Brasil, mas a gente tem certeza de quem não vai ser: Lula”, disparou Feitosa.


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