Fusão | Notícia

PSDB aprova incorporação com o Podemos em convenção nacional

Partidos devem se reunir na próxima semana para fechar os últimos ajustes da união; 201 delegados do PSDB votaram a favor da incorporação

Por Estadão Conteúdo, Pedro Beija Publicado em 05/06/2025 às 18:49

*Com informações de Estadão Conteúdo

A convenção nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) autorizou, nesta quinta-feira (5), a incorporação com o Podemos. Ao todo, 201 delegados votaram pela aprovação da fusão, enquanto dois delegados rejeitaram e dois tucanos se abstiveram.

Os partidos devem se reunir na próxima semana para fechar últimos ajustes para a formalização da união. 

Integrantes do partido tem tratado o processo como uma "incorporação com características de fusão" e esperam que o novo nome seja "PSDB+Podemos". 

"Quero manter o nome PSDB vivo ainda", disse o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).

Atualmente, o PSDB vive um momento distante de outras épocas, onde o partido figurava entre os principais do país. Hoje, são 13 deputados e três senadores no Congresso Nacional. Em 2022, a sigla teve o pior resultado de sua história, quando elegeu 13 deputados e nenhum senador.

Em 2025, o PSDB perdeu dois de seus três governadores eleitos em 2022. Raquel Lyra, de Pernambuco e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, deixaram o partido e rumaram para o PSD.

A sigla ainda teve a baixa de dois de seus três governadores. Raquel Lyra, de Pernambuco, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, migraram para o PSD. O governador remanescente é Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, que chegou a participar da convenção nacional nesta quinta-feira, mas não decidiu se permanecerá no partido.

"Se sair, vamos em frente do mesmo jeito", minimizou Aécio Neves.

O ex-governador de Minas Gerais se diz otimista com a incorporação. A projeção, segundo ele, é de eleger 50 deputados e lançar um candidato à Presidência da República em 2026. Aécio também aponta que 14 deputados e dois senadores estão em diálogo para entrar no partido.

"Tomamos decisões extremamente equivocadas e estamos pagando um preço alto por elas, mas não perdemos o sentimento que vivíamos lá atrás quando fundamos o PSDB", disse.

Estudo encomendado pelo Podemos e obtido pelo Estadão aponta que em caso de fusão, o novo partido teria um Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) de cerca de R$ 380 milhões, tornando-se o sétimo maior do País, à frente do Republicanos. Já o fundo partidário chegaria a R$ 90 milhões, ocupando a quinta posição entre as legendas e superando PSD, Republicanos e MDB.

Uma questão técnica levou à incorporação. O PSDB, por estar federado com o Cidadania, precisaria do aval da legenda para uma fusão.

A incorporação, no modelo proposto, dividirá a estrutura executiva nacional do partido em duas: metade do Podemos e metade do PSDB.

"O PSDB está se renovando para mostrar que é possível fazer diferente", disse Marconi Perillo, presidente do partido.

A ideia da sigla é apresentar um novo PSDB, como um partido "radical de centro", com um novo símbolo e um novo programa até outubro deste ano.

"O PSDB é radical, sim. É radical no que importa", afirmou Perillo.

A frase "radical no que importa" estampa bonés azuis do PSDB distribuídos aos partidários na convenção desta quinta-feira, seguindo a tendência de apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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