PF e CGU deflagram operação em municípios pernambucanos por suspeita de fraudes a licitações e lavagem de dinheiro
Operação Firenze cumpriu mandados de busca e apreensão nos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Timbaúba, em Pernambuco, além de São Paulo (SP)

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (5), a Operação Firenze, com apoio da Controladoria-Geral da União, que cumpriu mandados de busca e apreensão nos municípios de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, e Timbaúba, na Zona da Mata Norte. Também foram cumpridos mandados em São Paulo.
A operação apura a ação de organização criminosa especializada na prática de fraudes a licitações públicas promovidas por diversos municípios do Estado e lavagem de dinheiro. As penas máximas pelos crimes, somadas, podem ultrapassar 30 anos de reclusão.
Ao todo, 95 Policiais Federais e seis auditores da Controladoria-Geral da União, deram cumprimento a 19 mandados de busca e apreensão, além de outras medidas judiciais cautelares diversas da prisão, tais como a proibição de contato entre os investigados e a atuação concomitante das empresas investigadas em processos licitatórios.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações tiveram início em 2023 e identificaram um "suposto esquema criminoso de fraudes licitatórias consistente na frustração do caráter competitivo dos certames", que teria sido intensificado com um contrato público com um município da Mata Norte, que não foi revelado pela PF.
Ainda de acordo com a investigação, as empresas do grupo investigado mantém contratos de terceirização de mão de obra com municípios pernambucanos e com o Governo do Estado. Somente entre os anos de 2021 e 2024, foram geradas receitas que ultrapassam R$ 881 milhões (R$ 881.928.931,85) para os envolvidos no esquema.
Além dos indícios de fraudes identificados até o momento, também foram reunidos elementos que apontam para a prática de atos típicos de branqueamento de capitais (lavagem de dinheiro), tais como a compra de itens de luxo com dinheiro em espécie, utilização de contas dos chamados “laranjas”, saques e depósitos de valores fracionados, dentre outros.
A denominação da Operação faz referência à cidade italiana de Firenze, onde foi fundada a marca de itens de luxo favorita de um dos principais investigados, que costumava adquiri-los com frequência, quitando-os sempre por meio de vultosos pagamentos em espécie.