Partidos | Notícia

Presidentes de partidos discutem futuro das legendas, alianças e estratégias para 2026 em Pernambuco

Miguel Coelho, Marília Arraes e Técio Teles analisaram federações, fusões e os desafios dos partidos políticos no Brasil e no estado

Por Pedro Beija Publicado em 21/05/2025 às 19:28

O cenário político de Pernambuco e os rumos dos partidos no Brasil foram tema do debate desta sexta-feira (21), na Super Manhã da Rádio Jornal, com apresentação e mediação da jornalista Natália Ribeiro. Participaram da conversa os presidentes estaduais de três siglas: Miguel Coelho, do União Brasil, Marília Arraes, do Solidariedade, e Tecio Teles, do Novo.

O debate girou em torno das federações partidárias, da redução no número de siglas no país e das articulações de cada legenda para as eleições de 2026, tanto no campo proporcional quanto nas disputas majoritárias.

Apesar da distância de cerca de um ano e meio para as eleições, os movimentos dos partidos já começam a desenhar o cenário eleitoral de 2026 em Pernambuco: Miguel já aponta sua candidatura ao Senado, enquanto Marília não descarta concorrer ao mesmo cargo, mas confirma que terá candidatura invariavelmente no próximo ano. Já o Partido Novo de Tecio Teles mira ampliar as bancadas e, eventualmente, participar de uma chapa majoritária.

Miguel detalha situação do União Brasil em federação com o PP

Presidente do União Brasil em Pernambuco, Miguel Coelho explicou que a recente federação entre União Brasil e Progressistas, agora chamada União Progressista Brasileira, não representa uma fusão completa, mas sim uma união obrigatória nas eleições, mantendo a autonomia de cada partido.

"O eleitor precisa entender que federação é uma 'coligação 2.0'. A gente permanece com fundo partidário, tempo de TV e estrutura separados, mas tem que estar junto na eleição, seja em palanque majoritário ou na chapa proporcional", detalhou.

Miguel também comentou as divisões internas no União Brasil em Pernambuco, como o distanciamento da deputada estadual Socorro Pimentel, hoje líder do governo Raquel Lyra (PSD) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o qual considerou natural. No entanto, Miguel não descartou que Socorro e outros que não estiverem identificados com os rumos do partido busquem "um novo caminho partidário" antes de 2026.

"Isso é natural, que você possa ter as divergências e é muito provável que na eleição do ano que vem a deputada Socorro e quem não se sentir identificado com o posicionamento do nosso partido possam buscar um novo caminho partidário para poder seguir o seu projeto político", apontou.

De olho em 2026, Miguel confirmou que seu nome está posto para disputar o Senado. O presidente estadual do União destacou que Pernambuco precisa resgatar "protagonismo nacional".

"Acredito que temos todas as credenciais para disputar a eleição. Pernambuco perdeu protagonismo nacional. Precisamos resgatar isso", afirmou.

Marília diz que Solidariedade deve buscar federação e não descartou concorrer ao Senado

A presidente do Solidariedade, Marília Arraes, defendeu a importância dos partidos e da compreensão da população sobre o papel de cada poder.

"O povo precisa entender o que faz um deputado, um senador, um vereador. A democracia só se fortalece quando há essa consciência", destacou.

Ela confirmou que o Solidariedade deve buscar uma federação com outro partido para as eleições de 2026, citando que conversas continuam em aberto. Marília também afirmou a esperança de que o partido tenha força na discussão majoritária.

"Hoje é muito difícil um partido com menos de 20 deputados federais sobreviver sem federação", explicou.

"A certeza é que o Solidariedade vai ter uma federação que permita que o partido eleja mais deputados federais e que a gente tenha uma força também para entrar na discussão majoritária ano que vem", complementou.

Sobre uma possível candidatura ao Senado, Marília não descartou a possibilidade, mas afirmou que esse debate não está colocado agora.

"Toda vez que colocam meu nome nas pesquisas, estou liderando. Isso é fruto da confiança do povo. Mas, neste momento, nossa prioridade é discutir os rumos do Brasil e de Pernambuco", disse.

Marília também comentou sua atual aliança política com João Campos (PSB), com quem travou uma disputa acirrada pela Prefeitura do Recife em 2020. Ela garantiu que as divergências ficaram no passado. 

"Hoje estamos na mesma trincheira, unidos por um projeto político de desenvolvimento para Pernambuco e o Brasil", afirmou.

Técio Teles reafirma independência do Novo e projeta crescimento em Pernambuco

Tecio Teles, presidente do Partido Novo no estado, destacou que a sigla não deve participar de federações nem de fusões.

"O Novo não vai federar. Vamos bater a cláusula de barreira com a nossa própria força", garantiu.

Ex-candidato a prefeito do Recife, Tecio reafirmou a defesa de um modelo de direita liberal, com foco na eficiência do serviço público, combate à corrupção e geração de empregos. Tecio também enfatizou o posicionamento de oposição ao prefeito João Campos e a posição de independência ao governo Raquel Lyra.

"Somos oposição ao prefeito João Campos e hoje temos uma posição de independência em relação ao governo estadual. No lado da esquerda, não estaremos", cravou.

Para 2026, o Novo tem metas ambiciosas: eleger pelo menos três deputados estaduais e dois federais em Pernambuco. Ele também não descartou disputar novamente um cargo majoritário, mas afirmou que a decisão será tomada mais adiante.

Saiba como se inscrever na newsletter JC

 

Compartilhe