Obras de infraestrutura para receber Escola de Sargentos em PE começam em 2026, anuncia ministro José Múcio
Ministro da Defesa também indicou reserva de R$ 150 milhões para realização dos serviços; construção da sede física segue mantida para 2027
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As obras de infraestrutura para receber a Escola de Sargentos do Exército (ESE) em Pernambuco devem começar em 2026, e com injeção de R$ 150 milhões do governo federal. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (24) pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, durante o Fórum Permanente de Infraestrutura, promovido pela Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), no Recife.
“Nós não temos nem projeto ainda para gastar esses R$ 150 milhões. Mas eu quis me antecipar para que a gente possa definitivamente assegurar essa escola aqui”, afirmou Múcio.
Segundo o ministro, os recursos serão utilizados para serviços como fundação e preparação do terreno, entre outros, além das obras realizadas pelo governo estadual. O início da construção da sede física da escola está mantido para 2027, seguindo o calendário original.
“Já temos recursos assegurados para o próximo ano. Se o Exército tocar a obra, ano que vem talvez até tenha mais dinheiro do que projeto. A garantia é começar a obra a partir de 2026, porque o que nós vamos fazer já é parte da obra”, explicou.
José Múcio disse ter solicitado o recurso para garantir que a escola seja instalada em Pernambuco, e não em outros estados, como já se cogitou anteriormente. “Criamos uma operação irreversível e de hipótese nenhuma outro governador vai tirar essa escola daqui. 2026 é um ano definitivo para que tudo isso aconteça”.
O Comandante Militar do Nordeste, general Maurílio Ribeiro, também garantiu que a ESE não será levada para outro estado.
“Muitas vezes me perguntam se a escola vai ficar em Pernambuco ou não. Em nenhum momento nós tivemos dúvida, mas hoje eu não tenho absolutamente nenhuma dúvida. Quando a gente compara o que era o programa há 4 anos e o que é hoje, a gente vê como aprimorou, amadureceu, se aprofundou em qualidade. E isso se deve à capacidade do estado de Pernambuco de unir forças”, declarou
Segundo o general, o cronograma de obras está em dia. “Às vezes pode parecer que não está avançando, porque não se vê nenhum tijolo, mas posso lhes assegurar o quanto foi feito, está sendo feito e o quanto ainda será feito neste ano e no ano que vem, para que em 2027 a gente possa começar a construção da escola, como previsto no cronograma”, declarou.
Investimentos
A governadora Raquel Lyra (PSD), também presente no encontro, afirmou que poderá oferecer mais equipamentos de infraestrutura para garantir a convivência no entorno da nova sede militar.
“A Escola de Sargentos já está garantida e, se precisar construir uma escola e uma creche para poder receber os filhos de quem vai trabalhar lá, eu construo”, garantiu a governadora, afirmando crer que a nova escola ficará pronta antes do cronograma previsto.
“É um momento de celebração, mas um momento também de reflexão e de união. Essa é a fala que foi convergente para todos nós. De continuarmos firmes, tendo uma agenda de trabalho e que não é para daqui a 10 anos, é de todo dia. Inclusive essa escola [acho que fica pronta] antes disso, eu acho”, declarou.
Seguindo uma sugestão feita pelo ministro José Múcio durante o evento, a governadora deve se reunir com todos os ministros pernambucanos na próxima terça-feira (24), em Brasília, para construir uma estratégia de obtenção de recursos para essa e outras obras locais junto ao governo federal.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, afirmou que a pasta vem atuando de forma coordenada para assegurar condições estruturais que permitam acompanhar os impactos da Escola de Sargentos na Região Metropolitana, especialmente no que diz respeito à infraestrutura aeroportuária e ao potencial de atração de turismo e negócios.
“A obra demora em torno de 8 a 10 anos e vai precisar de investimentos e de fluxo de pagamentos. Por isso que a gente tá trabalhando de maneira coletiva.A gente tá estruturando o aeroporto do Recife, com investimentos de mais R$ 500 milhões para fazer a ampliação do aeroporto, porque, na medida em que essa obra, isso vai fortalecer o turismo de negócios e o turismo de lazer", declarou.
O presidente da Fiepe, Bruno Veloso, destacou o impacto econômico da Escola de Sargentos na região. “A movimentação que vai acontecer em todo o entorno será muito grande. Essa escola vai impulsionar todo o comércio, e toda a infraestrutura será modificada naquela região, trazendo emprego e renda. É uma obra importantíssima”, dedenfeu.
Compromisso ambiental
Com investimento estimado em cerca de R$ 2 bilhões, a Escola de Sargentos será construída no entorno de Aldeia, entre os municípios de Paudalho, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Abreu e Lima, e deverá gerar cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos ao longo de sua execução.
O ministro José Múcio destacou, ainda, o compromisso da escola com o meio ambiente. A área onde o empreendimento será construído é preservada pela presença do Exército, que patrulha e cuida da região desde a Segunda Guerra Mundial e, por isso, terá intervenção mínima.
Segundo o ministro, dos mais de 7.500 hectares de território, serão retirados apenas 40. Além disso, medidas mitigadoras como o reflorestamento de 400 hectares, a preservação de nascentes, a manutenção de bacias de retenção e o respeito à distância de cursos d’água devem ser tomadas.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha, Daniel Coelho, reforçou as iniciativas de compensação ambiental promovidas pelo estado.
“A gente tinha uma legislação que dizia que era ‘um para um’ da área derrubada. A gente tá chegando a mais de ‘três para um’ da área derrubada em área recomposta de mata”, afirmou Coelho.