Lula Cabral pede Força Nacional no Cabo. Raquel Lyra aponta queda da violência na cidade

Prefeito do Cabo de Santo Agostinho foi recebido pela governadora do Estado no Palácio do Campo das Princesas pata tratar de segurança pública

Por JC Publicado em 25/06/2025 às 18:32 | Atualizado em 26/06/2025 às 0:46

Em um confronto de ideias sobre as necessidades da segurança pública no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, o prefeito Lula Cabral (Solidariedade) foi ao Palácio do Campo das Princesas, nesta quarta-feira (25), para pedir à governadora Raquel Lyra (PSD) que acione a Força Nacional município.

Como resposta, Raquel Lyra apontou a redução de 14% nos índices de homicídios no município, sem mencionar a decisão sobre solicitar ou não a intervenção federal.

O presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), Marcelo Gouveia (Podemos), também participou da reunião.

Contexto político entre Lula Cabral e Raquel Lyra

Lula Cabral é um dos maiores aliados do prefeito do Recife, João Campos (PSB), potencial candidato contra Raquel Lyra nas eleições ao governo do Estado do ano que vem.

O socialista, hoje presidente nacional do partido, foi um ferrenho defensor da candidatura de Lula Cabral, que sofreu processos na Justiça Eleitoral e chegou a ter a candidatura impugnada.

Lula Cabral já havia revelado a intenção de solicitar a Força Nacional, em maio, durante um debate na Rádio Jornal. Ocasião em que João Campos gravou um vídeo dizendo que daria apoio ao aliado no pleito.

Prefeito destaca número de homicídios em 2025  

Em nota, a prefeitura do município afirmou que ''entre os meses de janeiro e maio, 68 pessoas foram assassinadas" no Cabo de Santo Agostinho.

"Nossa gente virou refém da falta de policiamento e de políticas estaduais que nos ajudem a combater a violência. O 18º Batalhão da Polícia Militar, que atende Ipojuca e Cabo, conta com cerca de 320 policiais. Isso dá uma média de um policial para cada mil habitantes. É muito pouco", ressaltou Lula Cabral.

Governo do Estado fala em avanços na segurança

Também em nota enviada à imprensa, logo depois, o governo do Estado informou que que governadora mostrou "queda de 14% nos registros de homicídios entre os meses de janeiro e junho (até o dia 24) de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024".

A nota segue informando que em "2023, o Cabo de Santo Agostinho registrou a menor taxa de homicídios por 100 mil habitantes dos últimos 8 anos (63,5)", reivindicando reconhecimento sobre a melhora dos índices sob a nova gestão.

Novos batalhões estão no planejamento

No início de junho, o governo de Pernambuco anunciou a criação de cinco novos batalhões da Polícia Militar, com a promessa de descentralizar o policiamento. O projeto de lei foi enviado à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

  • 27º BPM (Goiana, na Mata Norte)
  • 28º BPM (Bezerros, no Agreste)
  • 29º BPM (Camaragibe, no Grande Recife)
  • 3º BIEsp (Arcoverde, no Sertão)
  • 4º BIEsp (Barreiros, na Mata Sul)

BIEsp (Batalhão Integrado Especializado) é uma unidade especializada com foco também no patrulhamento rural e nas ações de pronta resposta contra grupos criminosos. Atualmente, há uma localizada em Caruaru, no Agreste, e outra em Petrolina, no Sertão.

 

Ideia sobre uso da Força Nacional não é de hoje

No início de maio, em entrevista a Rádio Jornal, Lula Cabral já havia manifestado a intenção de solicitar o apoio da Força Nacional para atuar no município, apontando que a gestão estadual "não está cumprindo o seu dever". Nos quatro primeiros meses de 2025, o Cabo de Santo Agostinho registrou 51 mortes violentas intencionais, de acordo com dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS).

"No Cabo, temos trabalhado duro para equipar e ampliar a guarda municipal, investimos na promoção de ações de segurança cidadã e de inteligência. Conseguimos avanços importantes, mas o município não tem condições de assumir o que é função do Estado. E o governo de Pernambuco não está cumprindo com seu dever, por isso, decidimos solicitar o apoio da Força Nacional de Segurança”, afirmou em entrevista à Rádio Jornal.

Como funciona o acionamento da Força Nacional para municípios

A solicitação de intervenção da Força Nacional de Segurança em municípios precisa ser realizada de acordo com protocolo estabelecido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

Inicialmente, a requisição precisa ser encaminhada ao Governo do Estado, que, por sua vez, pode formalizar o pedido diretamente ao Ministério, solicitando a atuação da Força Nacional em caráter emergencial no município.

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