Lula Cabral pretende solicitar a atuação da Força Nacional de Segurança no Cabo de Santo Agostinho
Em entrevista à Rádio Jornal, o prefeito revelou que vai conversar com a governadora Raquel Lyra nos próximos dias para conseguir o apoio de Brasília

O programa Debate em Rede, da Rádio Jornal, recebeu nesta terça-feira (6) alguns prefeitos da Região Metropolitana do Recife para fazer um balanço dos primeiros 100 dias de gestão em seus respectivos municípios. Participaram do debate as prefeitas de Olinda, Mirella Almeida (PSD), e a de Igarassu, Elcione Ramos (PSD); além do prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (Solidariedade). Uma das principais preocupações dos gestores municipais diz respeito à segurança, que cobram do governo maior efetividade no combate à violência.
Nos quatro primeiros meses do ano, por exemplo, o Cabo de Santo Agostinho teve 51 mortes violentas intencionais, segundo dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE), ficando atrás somente de Recife (205), Jaboatão dos Guararapes (80) e Petrolina (59). "No Cabo, temos trabalhado duro para equipar e ampliar a guarda municipal, investimos na promoção de ações de segurança cidadã e de inteligência. Conseguimos avanços importantes, mas o município não tem condições de assumir o que é função do Estado. E o governo de Pernambuco não está cumprindo com seu dever, por isso, decidimos solicitar o apoio da Força Nacional de Segurança”, destacou Lula Cabral.
A prefeita de Olinda, Mirella Almeida, também enfatizou o trabalho que vem realizando no início de gestão para capacitar e aumentar a atuação da guarda municipal nas ruas. "Hoje temos em média cerca de 115 guardas municipais, mas estamos nomeando mais do que o previsto (do último concurso), cerca de 15 a 20 nomes por mês... E pretendemos fazer isso até o final do ano. Também está em em fase de conclusão o processo de armamento da guarda de Olinda, que está passando por um curso de capacitação, que é o que defendo, pois não adianta só armar a guarda municipal, também é necessário trabalhar com medidas educativas. E, para que estejam armados, precisam passar por constantes adequações para que todos estejam aptos", enfatizou a prefeita.
A cidade de Igarassu, segundo Elcione Ramos, também vem sofrendo com esse aumento desenfreado da violência no estado, além da presença de facções criminosas nas praias do Litoral Norte de Pernambuco. "A violência, infelizmente, não está somente no Cabo de Santo Agostinho, mas em todo Brasil. Estamos vendo o Rio de Janeiro com índices altíssimos de violência e com a grande atuação do crime organizado, que é um problema crônico. E isso já vem se estendendo não somente para o Litoral Sul de Pernambuco, mas também para o nosso Litoral Norte. Esse problema de violência em Pernambuco é crônico e precisamos fazer um combate efetivo. Todo mundo perde com essa criminalidade: o nosso litoral, o País, Pernambuco, Igarassu... Pois ninguém quer ir para uma cidade que não sinta uma sensação de segurança. Por isso precisamos ter essa assistência do governo e da Polícia Militar", pontuou a prefeita de Igarassu.
Facções dominam o Cabo de Santo Agostinho
De acordo com Lula Cabral, o município do Cabo de Santo Agostinho está sendo dominado por facções criminosas. "Estamos de mãos atadas, pois temos um déficit muito grande no 18º Batalhão da Polícia Militar. São apenas 320 policiais militares para garantir a segurança das cidades do Cabo e de Ipojuca. É impossível fazer a segurança desses dos municípios apenas esse efetivo. Já pedimos uma ação efetiva por parte da governadora, pois o Cabo é a quinta cidade mais violenta do Brasil e ainda assim não tem a atenção do governo do estado. Quero uma audiência com a governadora para fazer esse apelo e irmos a Brasília para solicitar a atuação da Força Nacional no Cabo de Santo Agostinho, pois as facções estão dominando o município", alertou o prefeito.
“Quando assumimos a gestão no Cabo, a taxa de homicídios era de 149 para cada 100 mil habitantes. Com muito esforço conseguimos reduzir esse índice para 89. Mas precisamos do Estado. Apenas 320 policiais para atender o Cabo e Ipoujca é muito pouco", complementou.
Protocolo
Para um município solicitar a intervenção da Força Nacional de Segurança, o protocolo envolve a comunicação com o governo do Estado e, em seguida, com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O governo do Estado pode solicitar diretamente ao MJSP, ou um município pode encaminhar a solicitação ao governo Estadual, que, por sua vez, a encaminha ao Ministério.