O chanceler e a Jacira
O Chanceler alemão Friedrick Merz, que veio à COP-30, disse que os jornalistas alemães estavam felizes e aliviados por terem se despedido de Belém
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O Chanceler alemão Friedrick Merz, que veio à COP-30, disse que os jornalistas alemães estavam felizes e aliviados por terem se despedido de Belém. “Livramos daquele calor infernal e outros males sub-reptícios” (gostou, Og?).
Lembrei-me do grande João Saldanha quando treinador da Seleção Brasileira. Passando por Berlim, comandando nossa equipe, foi entrevistado num programa de televisão, o âncora perguntou a ele se ainda estavam matando muitos índios no Brasil. Ele respondeu que lamentavelmente sim, mas muito menos do que os sessenta milhões de civis inocentes que Hitler matou na Segunda Guerra. E suspenderam o programa.
Na outra semana, João Sem Medo foi entrevistado num programa da BBC de Londres e quando o técnico inglês Sir Alf Ramsey acusou o jogador brasileiro de desleal, João rebateu: “Desleal é o jogador inglês”. Ramsey mandou Saldanha explicar por quê? Saldanha então pediu a Ramsey para ficar em pé em pleno estúdio, deu-lhe um carrinho por trás, derrubando-o sob as gargalhadas e aplausos dos presentes.
O submarino nazista U-507 que afundou o Saveiro Jacira à vela, que transportava frutas e três pescadores, ao largo de Ilhéus, Itabuna e Belmonte foi o mesmo que anteriormente torpedeou os Paquetes Baependi e Araraquara, (no qual viajei antes dele ser torpedeado), na divisa dos estados da Bahia e de Sergipe, com seus tripulantes e passageiros sendo metralhados pelo submarino ao tentar alcançar as baleeiras, caracterizando crime de guerra. Os náufragos que caíam no mar eram dilacerados pelos tubarões.
O insigne e calorento diplomata germânico sabe disso? O competente comandante do U-507, Capitão-de-Corveta Harro Schacht, foi condecorado pelo Führer com a Cruz de Ferro de 1ª classe e com a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro pelos “atos heroicos” de ter afundado o Jacira, o Baependi, o Araraquara e outros indefesos vapores mercantis causando a morte de aproximadamente 600 civis.
Seu submarino terminou posto a pique por um avião Catalina de patrulha americana, em águas do Ceará. No fim da guerra, a casa residencial do capitão Harro foi completamente demolida. O extraordinário Beckenbauer, conhecido como Kaiser, disse que ia deixar de treinar o escrete alemão, para não perder tempo, porque os alemães têm medo de jogar contra os sul-americanos, principalmente os brasileiros.
*Arthur Carvalho – Associação da Imprensa de Pernambuco - AIP