Artigo | Notícia

Temporadas do "Cirque du Soleil" trouxeram emoção ao Recife

O Cirque Du Soleil, o circo mais famoso do mundo, fez suas temporadas na capital pernambucana e sempre me fascinou muito.............

Por JOÃO ALBERTO MARTINS SOBRAL Publicado em 07/11/2025 às 0:00 | Atualizado em 07/11/2025 às 9:14

Clique aqui e escute a matéria

É, sem dúvida, o mais famoso circo de acrobacias do mundo, conhecido por números de tirar o fôlego e por uma impressionante combinação de arte, música, tecnologia e emoção — e também o mais poético. Criado em 1984, em Montreal, pelo canadense Guy Laliberté, nasceu de um sonho ousado de transformar o circo tradicional em um espetáculo de arte, música e emoção. Laliberté, antes de se tornar bilionário e empresário visionário, foi engolidor de fogo, tocador de acordeom e artista de rua. Com o tempo, fez o mundo inteiro aplaudir de pé.

Assisti a vários de seus espetáculos, inclusive aos seis que permanecem em cartaz em Las Vegas. Cada um deles é uma celebração da criatividade humana — uma mistura de técnica impecável e sensibilidade artística. Mas confesso que nenhum me marcou tanto quanto as duas temporadas do "rupo no Recife, que transformaram a cidade em palco de um dos maiores espetáculos da Terra.

O Recife teve o privilégio de receber o "Cirque du Soleil" duas vezes, deixando lembranças marcantes em quem assistiu. A primeira temporada foi em 2009, no Memorial Arcoverde, com o espetáculo "Quidam". Os ingressos variavam de R$ 135 a R$ 600, e praticamente todas as sessões tiveram lotação esgotada. Muitos espectadores vieram de outros estados apenas para viver a experiência desse espetáculo, descrito por todos como simplesmente deslumbrante. Ao final, no entanto, ficou uma pendência jurídica: o compromisso de reformar o espaço cedido pela Empetur — algo que, segundo consta, jamais foi totalmente resolvido.

A segunda temporada aconteceu em 2012, com o espetáculo "Varekai" (título que, em romani, a língua dos ciganos, significa "onde quer que seja"). A tenda principal — nas icônicas cores amarela e azul — foi montada em Piedade, em um terreno que, anos depois, ficaria tristemente conhecido pelo acidente aéreo anos depois com um avião da empresa "Noar". Mais uma vez, o público pernambucano e turistas lotaram as apresentações, impressionados com a beleza coreográfica e a perfeição das acrobacias.

Em ambas as temporadas, o circo trouxe para o Recife uma megaestrutura digna de Hollywood. A tenda principal, amarela e azul, pesando oito toneladas, foi transportada por 65 trailers que traziam mais de 80 mil peças e equipamentos. O espetáculo contava com 85 artistas no palco e mais de 200 profissionais nos bastidores, incluindo técnicos, cenógrafos, músicos e lojistas. A capacidade total era de 2,6 mil espectadores, distribuídos em setores diferenciados. Os ingressos variavam entre R$ 140 e R$ 395 (o equivalente a R$ 250 a R$ 750, em valores atuais).

Entre os muitos encantos do evento, havia também a lojinha oficial, repleta de produtos exclusivos — camisetas, pôsteres, DVDs e lembranças — e um inesquecível cachorro-quente, que se tornou uma lembrança saborosa entre quem assistiu às apresentações.

Assim, as duas passagens do "Cirque du Soleil" pelo Recife entraram para a história da cidade como momentos únicos, em que o público pôde testemunhar a perfeição e a poesia de um dos maiores espetáculos do planeta. O circo já voltou várias vezes ao Brasil, mas infelizmente sem incluir o Recife no seu roteiro de apresentações.

 João Alberto Martins Sobral, editor da coluna João Alberto no Social 1

 

Compartilhe

Tags