Saudosa linha
Fomos campeões rubro-negros no mesmo ano de 1955, no juvenil bicampeão invicto. Manga, Ney e Odilon; Ziza, Jeca e Nilson; Léo, Almir
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Telefonema do meu querido e velho amigo Kramer Pinto, ex-professor de química do União Colégio e Curso, me pedindo que recorde a lendária linha de frente Traçáia, Naninho, Gringo, Soca e Eliézer (Géo). Então, vamos lá, todos trazidos por Gentil Cardoso, quando treinou o Sport, Campeão de 1955: Traçáia, veio de Mato Grosso, era rápido, e tornou-se o maior artilheiro do Sport de todos os tempos.
Bom rapaz, querido da torcida, adorava o Clube. Infelizmente morreu alcoólatra, tendo como inseparáveis colegas de farra, Jaminho, do Náutico, depois Fluminense, onde a imprensa esportiva carioca só o chamava erradamente de Jaiminho, e Vermelho crioulo meia-atacante do Bangu, que depois foi pro Vitória e em seguida, Náutico. Os três, Vermelho, Traçáia e Jaminho, eram vistos constantemente nos bares de Olinda. Vermelho morreu afogado num tanque público da cidade baixa.
Naninho, meia gaúcho, oriundo do Bahia, só chutava com o pé direito e driblava bem. Vi o centroavante Gringo, nos seus 17 anos, atuando pelo escrete sergipano no Campinho da Graça, em Salvador, contra o selecionado baiano. Atuou tão bem que foi contratado pelo Vitória, onde formou uma linha de frente famosa, com Tombinho, (Gringo), Siri, Juvenal e Auréliano. Depois contratado pelo Flamengo, chegou a ser convocado para Seleção Brasileira de 50. Quando surgiu no Sport, ainda "puxava" pela perna esquerda, recém-fraturada. Goleador nato, cabeceava bem.
O jovem meia-esquerda Soca, comprado ao Bonsucesso, controlava com perfeição e lançava em profundidade com a canhotinha. Magro, calmo, discreto, dava estabilidade ao meio campo e ataque rubro-negro. O baixinho ponta-esquerda Eliézer calçava 35 de chuteiras, nunca perdeu escanteio nem pênalti. Ele e o beque Alemão, irmão de Manga, foram os chutes mais fortes do Leão da Ilha.
O time campeão de 1955 formou com: Oswaldo Baliza, vindo do Esquadrão de Aço, Bria, natural de Santo Amaro da Purificação, ídolo da equipe, pela raça que jogava; Pedro Matos, beque central; Osvaldinho, volante, ex-Vasco; Ely, vigoroso centromédio cruzmaltino e Pinheirense, leal half-esquerdo.
Conheci todos pessoalmente, porque joguei no juvenil do Sport à época. Também fomos campeões rubro-negros no mesmo ano de 1955, no juvenil bicampeão invicto. Manga, Ney e Odilon; Ziza, Jeca e Nilson; Léo, Almir, Maninho, Elcy e Toinho.
Arthur Carvalho, sócio Patrimonial do Sport Club do Recife