Um novo marco para combater a violência no futebol pernambucano
Pernambuco tem condições de ser referência para o Brasil na forma de enfrentar esse problema, unindo tecnologia, legislação moderna e cultura de paz.

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O futebol é uma das maiores paixões do nosso povo. Ele é parte da identidade cultural de Pernambuco, um espaço de encontro, alegria e celebração. Mas, infelizmente, em muitos momentos, esse ambiente tem sido marcado por episódios de violência que afastam famílias, aumentam o medo e desvirtuam o verdadeiro sentido do esporte. É por isso que defendemos a criação de um novo marco legal para garantir a segurança nos eventos esportivos do nosso Estado.
A proposta que apresentamos na Assembleia Legislativa de Pernambuco é fruto de um processo inédito de construção coletiva, que reuniu parlamentares, órgãos do Governo de Pernambuco, Ministério Público, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Federação Pernambucana de Futebol e representantes das torcidas organizadas. Mais do que um projeto de lei, o que propomos é um pacto pela paz nos estádios. Queremos unir medidas preventivas, repressivas e educativas, fortalecendo a integração entre poder público, federações e torcidas.
Nosso objetivo não é apenas punir, mas transformar o ambiente esportivo em um espaço seguro, inclusivo e educativo. Entre as principais medidas, destacam-se: a instalação de câmeras e sistemas de monitoramento nos estádios e arredores; identificação biométrica facial em arenas com capacidade acima de 20 mil pessoas; criação do Cadastro Estadual de Torcidas Organizadas (CETO-PE), para garantir maior transparência e responsabilidade; estabelecimento de um Cadastro Estadual de Maus Torcedores, que pode restringir o acesso a jogos de indivíduos envolvidos em atos violentos ou discriminatórios e, sobretudo, a valorização das ações educativas, que incluem iniciativas de cultura de paz e homenagens às vítimas da violência.
Essa proposta é inovadora porque não se limita a olhar para a violência apenas como caso de polícia. Ela envolve diálogo, corresponsabilidade e a construção de soluções conjuntas. As torcidas organizadas terão deveres claros, mas também direitos garantidos, como o acesso a espaços delimitados e a possibilidade de levar suas bandeiras e instrumentos para animar os jogos – desde que atuem de forma pacífica. Não podemos permitir que a violência continue manchando a beleza do nosso futebol.
Pernambuco tem condições de ser referência para o Brasil na forma de enfrentar esse problema, unindo tecnologia, legislação moderna e cultura de paz. Este projeto de lei representa um passo decisivo para devolver às famílias a tranquilidade de frequentar os estádios e para que o futebol volte a ser aquilo que ele deve ser: motivo de orgulho e celebração para todos nós.
Débora Almeida, deputada estadual (PSDB)