A genética como ferramenta de prevenção
O exame genético precisa deixar de ser algo técnico, distante para ser uma ferramenta pessoal e de saúde das pessoas..............

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A genética, antes restrita aos laboratórios de pesquisa, tornou-se uma ferramenta poderosa de prevenção em saúde, capaz de transformar o modo como entendemos, tratamos e evitamos doenças. Ao identificar predisposições genéticas, é possível agir antes que os sintomas apareçam.
Isso significa que, em vez de esperar que uma doença se manifeste, o paciente pode adotar medidas preventivas, ajustar hábitos de vida, realizar exames periódicos mais específicos ou até iniciar tratamentos precoces.
É a medicina que antecipa o risco, em vez de apenas reagir a ele. Doenças como câncer hereditário, distúrbios metabólicos, doenças cardiovasculares e neurológicas podem ser mapeadas com precisão por meio de exames genéticos.
E mais: a genética também orienta a farmacogenômica, permitindo que médicos escolham medicamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais, de acordo com o perfil genético de cada pessoa.
No contexto da saúde pública, essa abordagem representa uma revolução silenciosa. Ao investir em diagnóstico genético precoce, é possível reduzir custos futuros, evitar internações prolongadas e melhorar a qualidade de vida da população. A genética deixa de ser uma promessa distante e se torna uma estratégia de cuidado inteligente e sustentável.
Mais do que uma ciência, a genética é uma forma de escuta do corpo. Ela revela o que está escrito nas entrelinhas do nosso DNA — e nos convida a agir com consciência, antes que seja tarde. O debate sobre a oncogenética e a prevenção,
o direito à informação genética precisam se popularizar. A genética não é só diagnóstico - é estratégica de vida.
O exame genético precisa deixar de ser algo técnico, distante para ser uma ferramenta pessoal e de saúde pública.
Joao Bosco de Oliveira Filho, médico imunologista e diretor da NeoGenomica