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A tecnologia deixou de ser escolha para se tornar necessidade na saúde

Com o apoio da IA, instituições de saúde conseguem analisar grandes volumes de dados rapidamente, prever riscos, apoiar decisões clínicas

Por JEFERSON SADOCCI Publicado em 22/08/2025 às 0:00 | Atualizado em 22/08/2025 às 9:54

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Já disseram muito bem: dados são o novo petróleo. Na saúde, não é diferente, e cada vez mais o setor busca transformar essa imensa quantidade de informações em valor real.

Penso nisso quando vejo notícias de negociações como a da Rede D'Or com a empresa de diagnósticos médicos Fleury, amplamente divulgadas na imprensa. Por trás dessas grandes operações, está sempre uma questão estratégica sobre como integrar dados, processos e sistemas para oferecer uma saúde mais eficiente e centrada no paciente.

A verdade é que todo o mercado da saúde entende a importância da troca de dados para melhorar a gestão, processos, atendimentos e tratamentos mais eficientes. Não à toa, esse tema é foco de diversos debates também em nosso Sistema Único de Saúde, com diversas iniciativas e projetos. No final de julho o governo federal sancionou uma série de atos normativos com o objetivo de unificar os dados públicos de saúde e impulsionar a transformação digital no setor. Entre as medidas, está a formalização da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) como plataforma oficial de interoperabilidade do SUS.

A digitalização das informações em saúde trouxe avanços significativos na maneira como lidamos com a jornada do paciente. A interoperabilidade é fundamental para que as instituições públicas e privadas compartilhem informações clínicas, reduzam a duplicidade de exames e aprimorem a continuidade do cuidado, de maneira segura e padronizada. Com a RNDS, esse cenário começa a se concretizar em larga escala, permitindo que prontuários eletrônicos, laudos de exames, registros de vacinação e demais dados de saúde circulem entre unidades básicas, hospitais e laboratórios. Além disso, por meio do portal e do app "Meu SUS Digital", o paciente ganha visibilidade sobre seu próprio histórico clínico, fortalecendo a transparência e o protagonismo na condução do próprio cuidado.

Com o apoio da IA, instituições de saúde conseguem analisar grandes volumes de dados rapidamente, prever riscos, apoiar decisões clínicas e até automatizar processos burocráticos, liberando tempo dos profissionais para focar no cuidado humano.

O movimento de transformação já está em curso. Em 2024, o portal Saúde Business revelou que 41% dos hospitais brasileiros ampliaram seus orçamentos de TI, com foco em automação, inteligência artificial e cibersegurança. A digitalização que, por muito tempo, foi tratada como tendência, hoje é uma urgência, não apenas por razões de eficiência, mas também de segurança. Segundo a Sophos, 67% das instituições de saúde sofreram ataques de ransomware no último ano, com custo médio de recuperação superior a US$ 2,5 milhões. Em um ambiente tão sensível quanto o da saúde, a tecnologia certa salva dados e, principalmente, vidas.

Nesse cenário, o papel das empresas como a MV, onde eu trabalho, é oferecer soluções robustas, atualizadas, interoperáveis e preparadas para um futuro cada vez mais conectado. Estudos da McKinsey & Company indicam que a adoção mais ampla da inteligência artificial na saúde pode gerar uma economia entre 5% e 10% nos custos do setor. A IA também contribui para uma assistência mais assertiva, automatiza processos e apoia decisões clínicas em tempo real.

Investir em tecnologia de qualidade, confiável e para longo prazo não é custo nem apenas diferencial competitivo, mas uma necessidade para garantir continuidade, sustentabilidade e qualidade no cuidado.

Jeferson Sadocci, diretor corporativo de mercado e cliente da MV

 

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