IA remodela aprendizado de inglês sem substituir professores, diz especialista

Em grupos, alunos trocam estratégias e negociam significados, experiências que, segundo o educador Pablo Vilela, não se repetem com máquinas

Por Mirella Araújo Publicado em 21/08/2025 às 17:11

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Com tradutores automáticos cada vez mais precisos e aplicativos que prometem fluência em poucos cliques, cresce a dúvida: ainda vale investir tempo e esforço no aprendizado de inglês?

Para o professor Pablo Vilela, a resposta é direta: a Inteligência Artificial (IA) não vai extinguir o ensino de idiomas, mas transformar a forma como ele acontece.

“Dominar uma língua não é apenas traduzir palavras. Envolve interpretar contextos, ajustar o nível de formalidade e adaptar a comunicação ao interlocutor. Nesse sentido, a IA é um recurso poderoso, mas não substitui o papel do professor”, afirma Vilela, da escola bilíngue ABA Maple Bear, também é Apple Distinguished Educator, título concedido a educadores que se destacam no uso da tecnologia para potencializar o aprendizado.

Ainda de acordo com o educador, as ferramentas digitais oferecem prática constante e acesso rápido ao idioma, mas a adaptação estratégica ainda ocorre na sala de aula. “O professor observa, ajusta o vocabulário, percebe quando o aluno precisa de reforço ou está pronto para avançar. Esse olhar humano, sensível às nuances culturais e sociais da língua, a IA ainda não consegue replicar”, explica.

 

Divulgação/ABA Maple Bear
Professor Pablo Vilela, da escola bilíngue ABA Maple Bear - Divulgação/ABA Maple Bear

Interação entre os alunos

Outro ponto destacado é a interação entre os próprios alunos. Em atividades em grupo, diferentes níveis de fluência geram oportunidades de negociação de significado e troca de estratégias comunicativas — experiências que, segundo o educador, não se reproduzem no contato com máquinas.

Para Vilela, o futuro do ensino de inglês será híbrido: “A tecnologia amplia o aprendizado para além do horário de aula e oferece recursos extras que aceleram o progresso. Mas inglês não é apenas gramática; é cultura, é comunicação viva. O professor continua insubstituível nesse processo”.

Ele defende que o equilíbrio entre orientação humana e ferramentas digitais é o caminho para um aprendizado mais rápido, eficiente e conectado às demandas atuais.

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