Artigo | Notícia

Dia Internacional Nelson Mandela – Um Legado Vivo

Foram 67 anos de entrega à causa da igualdade — 27 dos quais passados em cárcere — sem jamais abrir mão de seus ideais. Mesmo preso, escreveu...

Por BERNADETE LOPES, LEONARDO MENDONÇA Publicado em 21/07/2025 às 7:00

Clique aqui e escute a matéria

Em 18 de julho, o mundo celebra o Dia Internacional Nelson Mandela, instituído pela Organização das Nações Unidas como reconhecimento à luta de uma vida inteira dedicada à liberdade, à justiça e à dignidade humana. Advogado, líder político e símbolo mundial da resistência ao apartheid, Mandela enfrentou, com coragem e
determinação, um regime opressor e racista, tornando-se um ícone da reconciliação e da democracia.

Foram 67 anos de entrega à causa da igualdade — 27 dos quais passados em cárcere — sem jamais abrir mão de seus ideais. Mesmo preso, escreveu, refletiu, inspirou. Ao sair da prisão, liderou um processo histórico de transição pacífica, estendendo a mão a antigos inimigos e promovendo o convívio onde antes havia segregação. Em 1994, tornou-se o primeiro presidente negro democraticamente eleito da África do Sul — um símbolo da vitória da democracia sobre a opressão.

A ONU consagrou esse legado ao adotar as chamadas “Regras de Nelson Mandela” — diretrizes para o tratamento digno de pessoas privadas de liberdade — e ao estimular que, nesta data, cada pessoa dedique simbolicamente 67 minutos do seu dia a ações de solidariedade. Mais que uma homenagem, trata-se de um chamado à ação.

Mandela ensinou que “coragem não é a ausência do medo, mas a capacidade de vencê-lo”. E este ensinamento ressoa com especial força nos dias de hoje. Em um mundo onde discursos de ódio voltam a ganhar espaço, onde forças autoritárias ameaçam conquistas civilizatórias e onde o racismo estrutural ainda condiciona o destino de milhões, o exemplo de Madiba nos convoca à vigilância democrática e à ação cidadã.

No Brasil, país que compartilha com a África do Sul a marca de um passado escravocrata e desigual, o legado de Mandela se torna ainda mais urgente. Honrar sua memória é também afirmar o compromisso com a justiça social, com a inclusão dos povos historicamente marginalizados e com a construção de um futuro em que
nenhuma pessoa seja julgada ou excluída por sua origem, cor, crença ou condição.

“Nunca considerei nenhum homem superior a mim”, disse Mandela — e essa afirmação permanece como farol para todos que lutam por um mundo mais justo. Que neste 18 de julho, e em todos os dias, possamos transformar sua herança em prática viva, fazendo das nossas ações cotidianas instrumentos de liberdade, respeito, equidade e paz.

Bernadete Lopes - Coordenação Rede de Mulheres de Comunidades Tradicionais
Leonardo Mendonça - Procurador do Trabalho

 
 

Compartilhe

Tags