Arthur Carvalho: Tudo menos guerra
Estaremos à beira do abismo, da última guerra mundial, a terceira e última, com o fim do mundo, porque nenhum país escapa do holocausto atômico

Não são as nações que fazem a guerra, são os homens, os psicopatas. Enquanto houver homens como Trump, Putin e Netanyahu, estaremos à beira do abismo, da última guerra mundial, a terceira e última, com o fim do mundo, porque nenhum país escapa do holocausto atômico, por mais longe que esteja do epicentro do conflito.
Para distrair um pouco, fico relembrando, de madrugada, solitário e sozinho como sempre, os filmes que vi e gostei. Entre eles, o clássico 'E o Vento Levou', direção de Victor Fleming, com Clark Gable, Vivien Leigh, Olivia de Havilland (1939). Adaptado do best-seller de Margaret Mitchell, tem como tema a Guerra Civil no Sul dos Estados Unidos e sua reconstrução.
E o Vento Levou foi uma obra monumental da produção de 4,25 milhões de dólares (aproximadamente o equivalente a 50 milhões de dólares atuais). Com a duração de três horas e meia, o filme ganhou 10 Oscars, um recorde que permaneceu até 1950, quando perdeu para Ben Hur, que ganhou onze.
O Tesouro de Sierra Madre, direção de John Huston (1948), com Humphrey Bogart, Walter Huston, Tim Holl e Bruce Bennett, foi espetacular. Tendo sido enganados por um contador desonesto, Dobbs (Bogart) e Curtis (Holl), dois aventureiros, conhecem Howard (Huston), um velho de minas que lhes conta quantas colinas estão cheias de ouro. O trio parte à caça do tal tesouro, mas a ganância vai retirando gradualmente o melhor deles. Neste filme de “caça ao ouro,” John Huston escala Bogart para um dos papéis mais perniciosos da carreira do ator. Com Fred C. Dobbs, Bogart é a síntese da venalidade paranoica que, apesar de ter tido sua vida salva duas vezes pelo companheiro caçador de tesouros, entra, como num movimento em espiral, numa loucura movida pela ganância.
Tendo desenvolvido gosto e facilidade por filmagens em locação quando fazia filmes de propaganda na Segunda Guerra Mundial, Huston convenceu a Warners a deixá-lo filmar por dez semanas no México e assim a imagem do filme da lenta dissolução do trio de aventureiros ganha muito dos ambientes e clareados pelo sol da encosta das montanhas.
Eu ia citar ainda Tempos Modernos (1936), de Chaplin, mas o espaço não dá. Citaria ainda Casablanca, que meu querido amigo e grande jornalista Ivanildo Sampaio assistiu 20 vezes seguidas. Ou Shane. Tudo, menos guerra.
Arthur Carvalho – FENAJ