Segurança convocada
Chamada de 2.400 novos policiais concursados pelo governo do Estado reforça estratégia de melhorar a estrutura para reduzir a violência

O cumprimento do dever de garantir aos cidadãos um ambiente livre da criminalidade depende, entre outros fatores, da existência de uma estrutura capaz de dar conta dos desafios e demandas cotidianos na segurança pública. Um dos maiores gargalos da gestão pública brasileira, que sempre desponta entre os principais problemas para a população, a questão da segurança tem, em Pernambuco, um dos estados com destaque negativo há décadas, acumulando estatísticas de morte violenta e de sofrimento para as pessoas, sobretudo os habitantes de comunidades vulneráveis, no Recife e na Região Metropolitana, e outras cidades no interior.
Na última sexta, o governo do Estado anunciou a convocação de novos 2.400 concursados para a Polícia Militar, instituição que completou 200 anos neste mês de junho. Para poder desempenhar a “missão de servir e proteger”, nas palavras do comandante-geral da Corporação, coronel Ivanildo Torres, durante a solenidade de celebração do bicentenário, a PMPE requer investimentos que a integram à política de segurança pública, em articulação com os municípios e com o governo federal. Sua restruturação já contou com R$ 35 milhões em investimentos do Estado, segundo o balanço do atual governo, em pouco mais de dois anos de mandato de Raquel Lyra.
A chamada na última sexta foi para a matrícula no curso de formação profissional, imprescindível para a posse de novos soldados e sua incorporação às forças de patrulhamento e defesa dos pernambucanos. Os convocados, aprovados em concurso público, deverão comparecer à sede da entidade, no Derby, de 7 a 25 de julho. Nas redes sociais do governo do Estado estão as orientações necessárias para os convocados. A governadora reafirma a meta de levar novos 7 mil colaboradores para a Secretaria de Defesa Social até o fim do mandato, no ano que vem, entregando a base de realidade bem diversa à que existia antes, e valorizando o trabalho da PMPE como essencial para a segurança pública em Pernambuco.
A preparação visa deixar os soldados aptos a atuarem em qualquer ponto do território estadual, ampliando a capacidade de desempenho esperada no âmbito do programa Juntos pela Segurança. Embora as estatísticas de violência ainda sejam altas, e continuem entre as maiores demandas da população pernambucana, a redução de mortes violentas vem ocorrendo, assim como dos crimes contra o patrimônio, sinalizando a direção correta do programa. A queda de 8% nas mortes violentas intencionais, em maio, foi o melhor resultado para o mês em 21 anos. Mas para que a meta de redução de 30% em relação a 2022 seja alcançada em 2026, o governo estadual tem um longo caminho de eficiência pela frente. E a eficiência começa pelos recursos humanos, além dos recursos financeiros investidos em condições objetivas para que a PMPE e demais servidores façam o seu papel, garantindo aos pernambucanos o melhor trabalho possível para elevar a sensação de segurança e minimizar a tragédia da segurança pública, verificada nas últimas décadas no estado.