Sérgio Gondim: o tempo pede impaciência, Papa Leão
Temos um Papa simpático. Começou bem, decidindo ser Leão, mas não pode ser tolerante com o rumo do mundo. Que seja impaciente

Como querer que seja paciente quando sindicatos e organizações sociais que existem para proteger, cometem o maior dos pecados roubando os aposentados mais humildes.
Quando reformas necessárias não são votadas, mas há pressa em pautar o aumento do número de deputados e seus penduricalhos, um pecado mortal.
Paciência não vai adiantar diante de movimentos e campanhas visando convencer as pessoas para evitar vacinas, um crime contra a humanidade.
O Papa não pode ser paciente diante das injustiças
Querer que o Papa tenha paciência e assista pacificamente a matança de inocentes em guerras por poder e ocupação, que pretendam resolver o grave problema da imigração simplesmente rotulando-os como bandidos, só se fosse alienado e não um santo.
Querer que durma tranquilo sabendo das agressões e descuido com o meio ambiente, que assista serenamente a imoral e crescente desigualdade, que ignore a importância da diversidade e inclusão para o desenvolvimento social, seria melhor ter votado nulo no conclave.
Não dá para ficar esperando piorar, o Leão precisa entrar em campo com pressa para ajudar a virar o jogo.
Às vezes, paciência é democracia
É verdade que às vezes é necessário paciência para a arte da convivência. Aceitar que a maioria pode escolher quem faz beicinho e quer porque quer incorporar o Canadá para ficar grande novamente.
Que embaralha a economia mundial, argumentando ser necessário deter a China, sem considerar que quando ela ganhou muito dinheiro vendendo produtos baratos aplicou o lucro em infraestrutura, educação, saúde e tecnologia para hoje poder vender o que de mais sofisticado e rentável existe. Pena não ser uma democracia, longe de mim, mas lições e experiências poderiam ser aprendidas.
Ao invés de investir pesado em educação para competir, preferem brigar com as universidades, ameaçar e cortar verbas, condenar o outro por usar mão de obra barata (que é um fato), sem qualificar a sua. Nesse caso é indicado ter paciência, é a democracia.
A falta de paciência com a justiça que não funciona
A pessoa confessa, mas o crime deixa de existir porque seguiu para o foro errado, outro planeja um pior, mas viaja para longe como se não existisse mandante, não dá para ser tolerante com tantas brechas, emendas, prazos, prescrições e erros processuais.
Como ter paciência se um condenado em última instância solicita prisão domiciliar alegando que iria dormir mal na cadeia.
Um Papa Leão para combater os pecados modernos
O Papa poderia fazer um projeto de emenda dogmática agravando penas, extinguir o purgatório por decreto papal, um tipo de medida provisória, mandando até os veniais direto para o inferno.
Pecado é pecado, não é brincadeira, mas se acharem exagerado, sendo necessário negociar com a bancada de cardeais, poderia até abrandar a dosimetria para gula e fornicação.
Nesses casos passaria a ser uma simples tornozeleira o que teria enorme apoio popular. Usaria a inteligência do Vaticano para pegar no flagra quem articula golpe de estado e, para os golpistas, enviar uma encíclica escrita em batom com os dizeres: perdeu mané, direto para o inferno, sem anistia.
Penitência digital para os pecadores virtuais
Poderia implantar um confessionário virtual on line no Google Meet para dar conta dos pecados em massa de milhões de influenciados compartilhando mentiras nas redes sociais.
Determinar como penitência que postem 1000 vezes um vídeo por cada mentira, mas se for cabeluda, fazendo mal ou difamando, o dobro de postagens ajoelhados sobre caroços de milho, pregando: "Não mentirás".
Para cima deles Leão, mentira só se for santa.
Se lhe sobrar tempo seria bom dar atenção ao preço dos medicamentos e se acha certo oferecer os avanços da ciência para tão poucos. Veja em qual pecado isso se enquadra.
É muito serviço, mas sendo poliglota é mais fácil entender e se fazer entender. Aceitou porque quis, agora é prá valer.
Um Papa com ira santa
Temos um Papa simpático. Começou bem, decidindo ser Leão, mas não pode ser tolerante com o rumo do mundo. Que seja impaciente, use sua força, uma ira santa para combater a matança, a fome, a desigualdade, a mentira, o preconceito e a hipocrisia.
Que chegue zangado, com chicote na mão, expulse do templo os mercadores que estão roubando, vire a mesa, exija respeito e coloque ordem na casa.
Os que se acham acima do bem e do mal não gostarão, mas assim como aconteceu com Jesus, terá o apoio do povo.
Isso se não faltar chicotada. Vai que é tua Leão!
Sérgio Gondim, médico
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