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Responsabilidade pela guerra é exclusivamente da Rússia e de Putin, diz Zelensky

Segundo o líder ucraniano, desde o início da ofensiva, em 24 de fevereiro de 2022, Putin conduz o conflito com "total desprezo" pelas vidas perdidas

Por Estadão Conteúdo Publicado em 23/11/2025 às 16:18

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo, 23, em postagem na rede social X, que a responsabilidade pela continuidade da guerra recai exclusivamente sobre a Rússia e o presidente Vladimir Putin.

"O ponto crucial de toda a situação diplomática é que foi a Rússia, e somente a Rússia, que iniciou esta guerra, e é a Rússia, e somente a Rússia, que se recusa a pôr fim a ela durante toda a invasão em grande escala", escreveu Zelensky.

Segundo o líder ucraniano, desde o início da ofensiva, em 24 de fevereiro de 2022, Putin conduz o conflito com "total desprezo" pelas vidas perdidas, tanto de soldados russos quanto ucranianos. "Desde os primeiros minutos de 24 de fevereiro, Putin vem travando esta guerra com total desprezo por quantas pessoas do seu próprio povo ele perde e quantas das nossas ele mata", afirmou.

Ainda na publicação, e logo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusar a liderança ucraniana de não demonstrar gratidão pelos esforços do país americano para cessar a guerra, Zelensky disse que a Ucrânia é grata aos Estados Unidos, "a cada americano e, pessoalmente, ao Presidente Trump, pela assistência que - a começar pelos mísseis Javelin - tem salvado vidas ucranianas".

"Agradecemos a todos na Europa, no Grupo dos Sete (G7) e no Grupo dos 20 (G20) que nos ajudam a defender vidas. É importante manter esse apoio."

"É importante não esquecer o objetivo principal: deter a guerra da Rússia e impedir que ela recomece. E para alcançar isso, a paz precisa ser digna", ressaltou.

Rubio re reunirá com Ucrânia e aliados europeus em Genebra sobre plano de Paz dos EUA

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, era esperado em Genebra neste domingo, 23, para conversas com a Ucrânia e seus aliados europeus sobre o mais recente plano de paz proposto pelos EUA para o país devastado pela guerra.

Os aliados ocidentais da Ucrânia se uniram em torno de Kiev em um esforço para revisar o plano, que é visto como favorável a Moscou, apesar de sua invasão ao vizinho.

A delegação ucraniana será liderada pelo chefe de gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, Andrii Yermak, e será reforçada por representantes da França, Alemanha e Reino Unido. Além de Rubio, a delegação dos EUA deve incluir o secretário do Exército, Dan Driscoll, e o enviado especial do presidente Donald Trump, Steve Witkoff.

O plano de 28 pontos elaborado pelos EUA para acabar com a guerra de quase quatro anos gerou alarme em Kiev e nas capitais europeias, com Zelenskyy dizendo que seu país poderia enfrentar uma escolha difícil entre defender seus direitos soberanos e preservar o apoio americano de que precisa.

O plano cede a muitas demandas russas que Zelenskyy rejeitou categoricamente em dezenas de ocasiões, incluindo a entrega de grandes pedaços de território. O líder ucraniano prometeu que seu povo "sempre defenderá" sua casa.

Falando antes das conversas de domingo, Alice Rufo, ministra delegada do Ministério da Defesa da França, disse à emissora France Info que os pontos-chave de discussão incluiriam as restrições do plano ao exército ucraniano, que ela descreveu como "uma limitação à sua soberania".

"A Ucrânia deve ser capaz de se defender", disse ela. "A Rússia quer guerra e travou guerra muitas vezes, de fato, nos últimos anos."

Falando a repórteres fora da Casa Branca no sábado, 22, Trump disse que a proposta dos EUA não era sua "oferta final".

"Eu gostaria de chegar à paz. Isso deveria ter acontecido há muito tempo. A guerra da Ucrânia com a Rússia nunca deveria ter acontecido", disse Trump. "De uma forma ou de outra, temos que acabar com isso."

Trump não explicou o que quis dizer com o plano não ser sua oferta final e a Casa Branca não respondeu a um pedido de esclarecimento.

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