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Chefe da ONU pede investigação sobre mortes em operação no Rio de Janeiro

António Guterres manifestou, nesta quarta (29), profunda preocupação com número de vítimas da Operação Contenção nas favelas da Penha e do Alemão

Por Agência Brasil Publicado em 29/10/2025 às 20:42

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O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, manifestou “profunda preocupação” com o número de vítimas da Operação Contenção, deflagrada nesta terça-feira (28) nas favelas da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. Segundo o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, Guterres pediu uma investigação imediata e a garantia de que qualquer ação policial siga as normas internacionais de direitos humanos.

“Posso afirmar que o secretário-geral está profundamente preocupado com o grande número de vítimas durante a operação policial realizada ontem nas favelas do Rio de Janeiro”, afirmou Dujarric, em comunicado divulgado nesta quarta-feira (29).

O governo do Rio de Janeiro informou que 121 pessoas morreram durante a ação, que mobilizou forças estaduais. O Ministério Público do Estado (MPRJ) acompanha os desdobramentos e a legalidade das medidas, em cumprimento à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que impõe restrições às operações em comunidades.

A operação tem sido denunciada por familiares das vítimas, organizações da sociedade civil e pela Anistia Internacional, que classificaram o episódio como massacre e cobraram respostas do Estado.

A Anistia afirmou que o alto número de mortes é “inaceitável” e pediu uma apuração independente e célere para garantir justiça e reparação. Entidades locais também denunciaram que moradores ficaram presos dentro de casa, sem acesso a transporte, escolas ou unidades de saúde durante a incursão.

Especialistas ouvidos pela Agência Brasil classificaram a Operação Contenção como uma das mais letais da história recente do país e afirmaram que a população ficou “na linha de tiro”. Para eles, o uso massivo da força expõe a persistência de estratégias que resultam em mortes em larga escala e impactam, sobretudo, moradores de territórios vulneráveis.

O governo fluminense justificou a ação como resposta a ataques de grupos armados e disse que atua para restabelecer a segurança pública. A Secretaria de Estado da Polícia Militar informou que as forças policiais foram recebidas a tiros nas comunidades.

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