Shutdown nos EUA: governo entra em paralisação e milhares de servidores são afetados
O Congresso americano não aprovou o orçamento de 2026, levando à paralisação parcial da máquina pública e suspensão temporária de serviços essenciais
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A partir desta quarta-feira (1º), o governo dos Estados Unidos entrou em paralisação parcial, conhecida como shutdown, após o Congresso não conseguir formar maioria para aprovar o orçamento do ano fiscal de 2026.
Esta é a 15ª vez que a máquina pública americana é interrompida desde 1981. O impasse ocorreu após a rejeição de uma proposta que buscava prorrogar o financiamento por sete semanas. Apesar de ter obtido 55 votos favoráveis no Senado, eram necessários 60 para aprovação.
Democratas e republicanos não chegaram a um acordo sobre os recursos destinados à saúde, ponto central das negociações.
Durante um evento na Casa Branca, o presidente Donald Trump minimizou os efeitos da paralisação e chegou a afirmar que “muita coisa boa pode vir de shutdowns”.
Segundo ele, a medida abriria espaço para cortar gastos e rever políticas defendidas pela oposição. O republicano também atribuiu a responsabilidade pelo impasse aos democratas, acusando-os de travar o orçamento por interesses eleitorais.
O que para com o shutdown nos EUA
Com a falta de orçamento aprovado, milhares de servidores públicos serão afastados ou terão os salários suspensos temporariamente.
Estima-se que até 750 mil funcionários federais sejam afetados por dia, com exceção de quem exerce atividades consideradas essenciais.
Entre os serviços diretamente impactados estão:
- Suspensão da divulgação do relatório oficial de empregos (payroll).
- Fechamento de parques nacionais, museus e zoológicos federais, como a Estátua da Liberdade, em Nova York.
- Redução de serviços em tribunais federais e na Receita Federal americana.
- Licença sem remuneração para funcionários do Pentágono e de departamentos civis ligados à defesa.
- Congelamento temporário de salários de cerca de 2 milhões de militares, que permanecem em serviço.
- Possíveis atrasos em voos nos EUA devido à diminuição no número de controladores de tráfego aéreo em atividade.
Apesar da paralisação, alguns serviços continuam funcionando, como o pagamento de aposentadorias, benefícios de saúde e a atuação do Serviço Postal. Mesmo assim, milhões de americanos já sentem os efeitos diretos da medida.
Impactos econômicos nos Estados Unidos
Nos mercados financeiros, o impasse já trouxe volatilidade. As bolsas de Nova York registraram quedas e recuperações ao longo da semana, refletindo a incerteza dos investidores.
O shutdown também deve atrasar a divulgação de indicadores econômicos, o que limita a atuação do Federal Reserve na condução da política monetária.
De acordo com projeções do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), a economia pode perder até 0,1% do PIB por semana de paralisação, caso a crise se prolongue.
A última paralisação, entre 2018 e 2019, durou 35 dias e gerou um prejuízo de US$ 3 bilhões.
Além do impacto fiscal, o consumo tende a ser afetado pela redução nos salários dos servidores, que deixam de gastar até receberem os pagamentos retroativos.
Empresas de setores como aviação, turismo e farmacêutico também podem sentir efeitos diretos, com atrasos em serviços e mudanças em contratos.
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