O pulo do gato de Donald Trump na ONU e na solução para o Oriente Médio
Esta segunda,o presidente Trump que viu crescer no mundo reações contra Israel pela atuação na Faixa de Gaza com apoio dos EUA, voltou a surpreender

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A expressão popular “pulo do gato” é uma figura de linguagem que demonstra a habilidade de ação de alguém para garantir sucesso ou sair de uma situação difícil. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é conhecido como um hábil negociador e, apesar de falastrão e algumas vezes enganador, como quase todo bom jogador, deu verdadeiros pulos do gato na Assembleia Geral da ONU na semana passada e ao apresentar um plano de paz para o Oriente Médio esta segunda-feira na Casa Branca ao lado do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu.
Na Assembleia da ONU estava claro que o discurso do presidente Lula, cheio de ataques indiretos aos Estados Unidos e de afirmação da soberania nacional, ia ser o prato cheio para a imprensa internacional, se Trump, que falou logo depois, passasse recibo ou buscasse se explicar, tornando a emenda pior do que o soneto. Mas, ao invés disso, depois de dar também todos os recados de que precisava, como dizer que o Brasil não terá futuro longe dos Estados Unidos ele acenou para um diálogo com Lula que surpreendeu quem o ouvia e deixou aparentemente perplexa a delegação brasileira. Resultado: quase ninguém falou do que disse Lula e Trump está há uma semana presente em todo o noticiário brasileiro, de forma positiva.
Esta segunda, da mesma forma, o presidente americano, que viu crescer no mundo inteiro as reações contra Israel pela atuação na Faixa de Gaza com apoio dos Estados Unidos, voltou a surpreender. Apresentou um plano de paz elogiado por quase todos os países, estabelecendo que o Hamas entregue os reféns israelenses, tornando Gaza um território internacional gerido com uma Comissão presidida pelo ex-premiê britânico Tony Blair, que Israel libere centenas de prisioneiros palestinos, alguns condenados à morte e que o Hamas deixe Gaza e destrua todas as armas que tem lá. Embora Trump não tenha até agora marcado o encontro com Lula que prometeu para esta semana e não se saiba se o Hamas vai atender à sua determinação de devolver os reféns e sair de Gaza em 72 horas, o presidente americano pulou duas fogueiras em poucos dias: a que Lula plantou na ONU e a que o Mundo lhe reservou condenando, quase em uníssono, a atuação de Israel em Gaza.
O que virá
O plano de paz para o Oriente Médio teve, até agora, apoio geral. Se der certo, Trump vai se candidatar ao Nobel da Paz, seu grande sonho. Se não der ele vai se livrar de futuramente ser acusado, tanto quanto Netanyahu do genocídio contra os palestinos, e dizer que o mundo foi testemunha de que ele fez o que pode para resolver a situação. E, como deixou claro, vai liberar Israel para acabar de destruir o Hamas, sem responder por isso. Quanto ao Brasil até hoje se discute se Lula deve falar com ele por telefone, por vídeo ou pessoalmente, quando corre o risco de passar por um vexame como aconteceu com os presidentes da Ucrânia e África do Sul. E nem se cita mais a proteção que ele tem dado à família Bolsonaro e as sanções aos ministros do Supremo. Tudo que Trump precisa para dar pelo menos um suspiro até surpreender outra vez.
Dueire e Fernando Monteiro unidos
O senador Fernando Dueire, que anunciou apoio à sua reeleição de 26 prefeitos estaduais, do presidente do Avante, ex-deputado estadual Sebastião Oliveira e do deputado federal Waldemar Oliveira, esta terça-feira em Brasília conseguiu o mesmo compromisso do deputado federal Fernando Monteiro. A atitude de Dueire é sintoma de que sua candidatura é mesmo para valer dentro do MDB ou, se não der, em outra legenda da base da governadora Raquel Lyra. A amigos ele tem revelado que seu caminho é mesmo o MDB.
Bancada governista na Alepe ataca João
O deputado estadual Renato Antunes fez um duro pronunciamento na tribuna da Alepe esta terça-feira sobre o projeto do prefeito João Campos, aprovado pela Câmara de Vereadores, de securitização da dívida do município. Securitização é a negociação da dívida com um investidor privado que pague a mesma à Prefeitura, com deságio, e cobre dos sonegadores. Embora reconhecendo que isso não é ilegal Antunes disse que este é um sintoma das dificuldades de caixa do município, relatando que há dois anos Recife apresenta déficit em suas contas: “há um desarranjo, evidente, das contas municipais”- concluiu.
Pergunta que não quer calar
Recife está com problema de caixa ou só precisa de mais recursos para concluir as obras iniciadas?
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