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Ministro de Israel defende plano para 'enterrar' Estado palestino

Medida para construir 3,4 mil casas em novo assentamento na Cisjordânia, que estava engavetada desde 2009, foi condenada pela União Europeia

Por Túlio Feitosa Publicado em 14/08/2025 às 21:21

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O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, um dos principais nomes da ultradireita no governo de Binyamin Netanyahu, anunciou nesta quinta-feira (14) que deu aval para a construção de 3,4 mil casas no controverso assentamento E1, na Cisjordânia ocupada.

Em uma declaração explícita, Smotrich afirmou que o objetivo da medida é inviabilizar a criação de um Estado palestino.

"O assentamento E1 enterra a ideia de um Estado palestino", disse o ministro, que se refere à Cisjordânia pelo nome bíblico de "Judeia e Samaria".

O projeto, que estava paralisado desde 2009 devido à forte oposição internacional, é visto por críticos como uma ação que corta o acesso dos palestinos a Jerusalém Oriental e praticamente divide a Cisjordânia em duas partes (norte e sul), tornando um futuro estado palestino contíguo e viável impossível.

Reação internacional e contexto

A decisão foi imediatamente condenada pela União Europeia. "Rejeitamos qualquer mudança territorial que não faça parte de um acordo político", disse uma porta-voz da Comissão Europeia. A ONU também pediu que Israel reverta a medida.

Todos os assentamentos israelenses na Cisjordânia são considerados ilegais pelo direito internacional. De acordo com o grupo israelense Peace Now, cerca de 700 mil colonos judeus vivem atualmente em aproximadamente 160 assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Smotrich afirmou que a expansão é uma resposta ao recente movimento de países, como a França, de reconhecerem o Estado da Palestina, e garantiu que tem o total apoio do primeiro-ministro Netanyahu para a iniciativa. "Ele está me deixando tocar a revolução", disse.

A decisão final sobre o projeto será tomada na próxima semana por um conselho de planejamento, mas a expectativa é de que o plano seja aprovado.

(Com informações do Estadão Conteúdo e agências internacionais)

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