Israel fecha principal rota de ajuda a Gaza e acusa Hamas de roubar alimentos
Fechamento agrava crise humanitária, enquanto líderes europeus lamentam "níveis de fome" e premiê da Espanha fala em "genocídio".

O governo de Israel bloqueou, nesta quinta-feira (26), a principal rota de entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, agravando ainda mais a crise de fome no território palestino.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, justificou a medida afirmando que membros do Hamas estavam roubando os mantimentos entregues, mas não apresentou provas para a acusação.
A alegação de Netanyahu surge após a circulação de vídeos que mostram homens encapuzados em torno dos caminhões de ajuda. Líderes comunitários palestinos, no entanto, negaram que os homens fossem do Hamas.
Segundo eles, tratava-se de clãs locais que se organizaram para proteger os alimentos de ladrões, em meio ao aumento da miséria e dos saques em Gaza. O Hamas também negou envolvimento no episódio.
O fechamento da rota, que deve durar dois dias, ocorre em um momento crítico. Há cerca de um mês, Israel já havia restringido a entrega de ajuda liderada pela ONU, implementando um novo sistema de distribuição operado por uma organização privada americana.
No sul de Gaza, onde este novo sistema atua, a situação é caótica. Autoridades de saúde locais, que chamam os centros de distribuição de "armadilhas mortais", relatam que pelo menos 549 palestinos foram mortos enquanto tentavam obter comida. O Exército israelense reconheceu ter aberto fogo em várias ocasiões, alegando que os soldados se sentiram ameaçados.
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Repercussão internacional e conversas sobre cessar-fogo
A crise humanitária em Gaza foi pauta de uma cúpula de líderes europeus em Bruxelas, que lamentaram "a terrível situação humanitária, o número inaceitável de vítimas civis e os níveis de fome".
Em um movimento contundente, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, tornou-se o líder europeu mais proeminente a descrever a situação como "genocídio".
Enquanto isso, as conversas por um novo cessar-fogo se intensificaram nos últimos dias, segundo um oficial do Hamas. O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a afirmar que há um "grande progresso sendo feito", mas não há evidências de que um acordo esteja próximo de ser concluído.
(Com informações do Estadão Conteúdo).