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Ampliações na refinaria Abreu e Lima e barragens no Agreste avançam com novos investimentos

Expansão da refinaria Abreu e Lima e inauguração da barragem Panelas II geram novos empregos e reforço à segurança hídrica no Estado

Por Maria Clara Trajano Publicado em 01/12/2025 às 18:53 | Atualizado em 01/12/2025 às 19:10

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A agenda do presidente Lula (PT) em Pernambuco, nesta terça-feira (2), marcará dois movimentos importantes: a ampliação da refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Ipojuca, e o avanço de obras do sistema de contenção de cheias na Mata Sul, com a entrega da barragem Panelas II e retomada de obras da barragem de Igarapeba.

Ampliação da RNEST deve dobrar capacidade até 2029

A Petrobras confirmou que as obras do Trem 2 — conjunto que permitirá duplicar a capacidade da refinaria — já começaram. A primeira autorização de serviço foi dada em 30 de junho. O investimento total é de R$ 12 bilhões, incluindo sete grandes contratos que somam cerca de R$ 8 bilhões.

Flávio Casa Nova, gerente executivo da Petrobras, detalhou o escopo: “A unidade de destilação atmosférica será a primeira a ficar pronta, no fim de 2026, com partida no início de 2027. O projeto completo estará concluído em 2029, levando a refinaria aos 260 mil barris por dia”.

Hoje a RNEST opera a 130 mil barris/dia. Com a expansão, vai atender até 17% da demanda nacional de diesel, reforçando a segurança energética.

O gerente geral da refinaria, Márcio Maia, destacou o impacto socioeconômico da ampliação. “Dobrar a capacidade significa ampliar toda a cadeia associada: fornecedores, prestadores de serviço e geração de empregos”.

"Isso movimenta muito fortemente a economia pernambucana, exatamente pelo fato de termos um negócio que está atrelado a nossa sociedade, que é o fornecimento de combustíveis, que move toda a cadeia da sociedade", continuou.

"Dois terços de tudo que é movimentado nesse País é por modal rodoviário através de caminhão e o diesel, que é o nosso principal produto, é o combustível utilizado nos caminhões", completou.

A refinaria Abreu e Lima produz, em 70% da sua capacidade, diesel. Os outros 30% são gasolina, GLP (gás de cozinha), nafta (matéria-prima na produção de eteno e propeno, além de benzeno, tolueno e xilenos) e bunker (combustível para embarcações).

A obra deve empregar entre 10 mil e 15 mil trabalhadores no pico, previsto para o segundo semestre de 2026. Uma usina fotovoltaica de 12 MW também será construída no complexo, capaz de abastecer o equivalente a uma cidade como Gravatá, Igarassu ou Camaragibe, segundo a Petrobras.

Sistema de controle de cheias no Agreste

À tarde, o presidente segue para Cupira, onde será inaugurada a barragem Panelas II e anunciado o reinício das obras da barragem Igarapeba — duas estruturas essenciais para o sistema de controle de cheias do Rio Una.

Bruno Cravo, diretor do departamento de projetos estratégicos Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), ressaltou a prioridade federal: “Somando os municípios protegidos contra cheias e abastecidos, estamos falando de 350 mil pessoas beneficiadas”.

A retomada de Igarapeba terá aporte de R$ 60 milhões iniciais, dentro de um investimento total próximo a R$ 200 milhões. As barragens integram o conjunto iniciado após as enchentes devastadoras de 2010 em Palmares.

“Belém de Maria quase virou uma cidade fantasma, destruída repetidamente pelas enxurradas. Esse sistema de barragens é o que permitirá virar essa página”, relembrou Almir Cirilo, secretário estadual de Recursos Hídricos.

Além da prevenção às cheias, o sistema prevê também acesso à água para os moradores da região. “Mais do que obra, funcionalidade significa levar água para quem precisa”, finalizou Bruno Cravo.

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