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Bolsa bate recorde e dólar vai à mínima de 15 meses após aproximação 'amistosa' entre Lula e Trump na ONU

Presidente americano descreve "excelente química" com o brasileiro, o chama de "homem muito agradável" e sinaliza negociação para a próxima semana

Por JC Publicado em 23/09/2025 às 19:25

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Um encontro rápido e inesperadamente amigável entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, nos corredores da Assembleia Geral da ONU em Nova York, provocou uma euforia no mercado financeiro brasileiro nesta terça-feira (23).

A Bolsa de Valores (Ibovespa) bateu recordes, fechando pela primeira vez acima dos 146 mil pontos, e o dólar caiu para o menor valor em 15 meses, fechando a R$ 5,27.

O otimismo foi desencadeado por declarações de Donald Trump, que em seu discurso no púlpito da ONU, descreveu sua impressão sobre o presidente brasileiro.

"Ele parece ser um homem muito agradável. Gostei dele e ele gostou de mim. E apenas faço negócios com pessoas de quem eu gosto", afirmou o presidente americano, acrescentando que notou uma "excelente química" com Lula e que uma conversa entre os dois deve acontecer na próxima semana.

LULA NA ONU: Assista ao discurso de abertura do Presidente do Brasil na Assembleia Geral da ONU

Reação do mercado

A fala foi interpretada por investidores como um forte sinal de distensionamento na crise comercial e uma porta aberta para a negociação das tarifas de 50% impostas ao Brasil. O resultado foi imediato:

  • Ibovespa: Fechou em alta de 0,91%, no recorde de 146.424,94 pontos, após atingir a máxima histórica de 147.178,47 pontos durante o dia.
  • Dólar: Caiu 1,11%, fechando a R$ 5,2791, menor nível desde junho de 2024.

"A declaração do Trump de uma química com o Lula foi a cereja do bolo para o comportamento do câmbio. Esse tom diplomático e mais amigável reduz qualquer incerteza no mercado e gera otimismo para os dois conversarem sobre o tarifaço", ressaltou a gestora de câmbio da Fair Corretora, Glaucy Rosa Lima, ao Estadão conteúdo.

"A aproximação entre os dois líderes reduziu a percepção de risco diplomático e abriu fluxo comprador em ativos brasileiros", resumiu José Áureo Viana, da Blue3 Investimentos, também ao Estadão.

Destaques da Bolsa

A alta na bolsa foi puxada principalmente pelas ações de grandes bancos, como o Banco do Brasil (+2,88%), e pela Petrobras (ON +2,64%), que também se beneficiou da alta do petróleo. Na contramão, empresas exportadoras do setor de proteína, como a MBRF (Marfrig/BRF), caíram com a valorização do real.

O mercado brasileiro se descolou totalmente das bolsas americanas, que fecharam o dia em queda.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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