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Na ONU, Trump anuncia encontro com Lula na próxima semana e diz que teve 'ótima química' com presidente brasileiro

Em discurso, presidente americano revelou que teve breve encontro com Lula nos bastidores da Assembleia da ONU e que eles se abraçaram

Por JC Publicado em 23/09/2025 às 12:46 | Atualizado em 23/09/2025 às 12:57

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (23), durante seu discurso na abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que se reunirá na próxima semana com o presidente Lula (PT).

Segundo o republicano americano, o encontro terá como pauta as retaliações econômicas aplicadas pelos EUA ao Brasil, motivadas pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Durante seu pronunciamento, Trump disse que teve um breve encontro com Lula nos bastidores da ONU, e relatou que o momento teve direito a um abraço entre eles.

"Eu estava entrando [no plenário] e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu, e nos abraçamos. E aí eu penso: 'Vocês acreditam que vou dizer isso em apenas dois minutos?' Nós realmente combinamos de nos encontrar na próxima semana. Não tivemos muito tempo para conversar, tipo uns 20 segundos. Fico feliz de ter esperado. Nós tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na próxima semana, se isso for de interesse mútuo, mas ele pareceu um homem muito agradável. Na verdade, ele gostou de mim, eu gostei dele", afirmou Trump.

"Só faço negócios com pessoas que eu gosto. Quando não gosto deles, não gosto deles. Tivemos uma excelente química por pelo menos uns 39 segundos", completou o presidente americano.

A declaração do líder norte-americano contrasta com a relação tensa entre os dois países desde julho, quando o presidente norte-americano anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.

A medida foi justificada pelos EUA como retaliação ao julgamento de Bolsonaro, considerado por Washington como um episódio de interferência nos direitos de cidadãos americanos e estrangeiros.

Apesar do aceno a Lula, Trump voltou a criticar indiretamente o processo judicial brasileiro, mencionando "censura, repressão, corrupção judicial e perseguição a críticos políticos" no país.

"O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas em resposta aos seus esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades dos nossos cidadãos americanos e de outros, com censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos", disse.

Veja a declaração de Trump sobre Lula

Críticas à ONU

O discurso de Trump na Assembleia da ONU durou mais de meia hora, muito acima dos 15 minutos recomendados pela organização para cada líder.

Antes da fala sobre Lula, Trump exaltou seu governo, atacou a ONU e criticou aliados internacionais. "Graças à minha gestão, os EUA estão na era de ouro. Somos o país mais 'sexy' do mundo", afirmou.

Em seguida, Trump disparou críticas à ONU, acusando a organização de não resolver os problemas globais e de criar novas crises. "A ONU não só não resolve os problemas que deveria com muita frequência, como também cria novos problemas para nós resolvermos. O melhor exemplo é a principal questão política do nosso tempo: a crise da migração descontrolada", disse.

Para reforçar seu argumento, o presidente citou seu papel em conflitos internacionais, afirmando que "tive de encerrar, sozinho, sete guerras", em referência a tensões envolvendo países como Cambódia, Tailândia, Paquistão, Índia, Israel e Irã.

Trump também criticou países que recentemente reconheceram o Estado da Palestina, incluindo Reino Unido e França, argumentando que isso beneficiaria o Hamas. Ele voltou a atacar a Rússia e a China, apontando tentativas de Moscou de controlar o mercado de petróleo e gás natural e sugerindo que Pequim foi responsável pela criação do coronavírus.

Assista ao discurso de Lula na íntegra

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