Inflação em março foi a maior para o mês em dois anos
Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo segundo mês consecutivo, passando de 5,06% para 5,48% no mês de março

A alta de 0,56% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em março foi o resultado mais elevado para o mês desde 2023, quando havia subido 0,71%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (11). Em março de 2024, a taxa tinha sido de 0,16%.
Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses acelerou pelo segundo mês consecutivo, passando de 5,06% em fevereiro de 2025 para 5,48% em março de 2025.
A taxa em 12 meses é a mais alta desde fevereiro de 2023, quando estava em 5,60%. O IPCA acumulado no primeiro trimestre de 2025 foi de 2,04%.
DISTRIBUIÇÃO INFLACIONÁRIA
Todos os nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registraram altas de preços em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os avanços ocorreram em:
- Habitação (com aumento de 0,24%, uma contribuição de 0,04 ponto porcentual para o IPCA do mês);
- Educação (0,10%, impacto de 0,01 p.p.);
- Alimentação e Bebidas (1,17%, impacto de 0,25 p.p.);
- Transportes (0,46%, impacto de 0,09 p.p.);
- Despesas Pessoais (0,70%, impacto de 0,07 p.p.);
- Saúde e Cuidados Pessoais (0,43%, impacto de 0,06 p.p.);
- Artigos de Residência (0,13%, impacto de 0,00 ponto porcentual);
- Comunicação (0,24%, impacto de 0,01 ponto porcentual); e
- Vestuário (0,59%, impacto de 0,03 ponto porcentual).
O grupo Alimentação e bebidas respondeu por 45% do índice do mês. As principais altas foram no tomate (22,55%), café moído (8,14%) e ovo de galinha (13,13%), que juntos responderam por ¼ da inflação de março. O café moído já acumula uma alta de 77,78% nos últimos 12 meses.
“Para o tomate, com o calor dos meses de verão, houve uma aceleração na maturação, levando a antecipação da colheita em algumas praças. Sem essas áreas de colheita em março, houve uma redução na oferta, trazendo pressão de alta sobre os preços. Para os ovos, houve aumento por conta do custo do milho, base da ração das aves, além de estarmos no período de quaresma, com maior demanda por essa proteína”, explica Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa.
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Já o café moído acumula uma alta de 77,78% nos últimos 12 meses, “impulsionada pelo aumento do preço no mercado internacional dada a redução de oferta do grão em escala mundial, com a quebra de safra no Vietnã devido a adversidades climáticas, as quais também prejudicaram a produção interna”, destaca o gerente.
Todas as 16 regiões investigadas pelo IBGE registraram altas de preços em março. O resultado mais brando foi verificado em Rio Branco e Brasília, ambas com alta de 0,27%, enquanto o mais elevado ocorreu em Curitiba e Porto Alegre, as duas com aumento de 0,76%.
INFLAÇÃO NO RECIFE
A inflação na Região Metropolitana do Recife ficou em 0,36% em março, após registrar 1,4% no mês anterior. Essa variação foi menor que a variação média de todas as localidades observadas (0,56%).
Apenas os grupos de Habitação, Artigos de residência, e Vestuário tiveram baixa no mês, com destaque para esse último que diminuiu de -0,1% para -0,57%, com impacto de -0,03 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Em março de 2024, a variação havia sido de 0,33%.
O acumulado dos últimos 12 meses passou para 4,55% em março, acima dos 4,51% do mês anterior. No ano, o IPCA acumula alta de 1,89%.
O grupo Alimentação e bebidas respondeu por 24% do índice do mês. As principais altas foram no Cebola (21,47%), Melão (14,6%), Ovo de galinha (8,56%), e Café moído (6,96%), que juntos responderam por 34% da inflação de março. O café moído já acumula uma alta de 57,86% nos últimos 12 meses.