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Por que 'A Hora do Mal' está sendo chamado de 'terror do ano'?

Novo filme de Zach Cregger ("Noites Brutais") tem bom desempenho nas bilheteiras e aprovação da crítica, o alcançando 94% no Rotten Tomatoes

Por Emannuel Bento Publicado em 14/08/2025 às 16:22 | Atualizado em 14/08/2025 às 16:28

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É difícil não continuar assistindo o filme de terror "A Hora do Mal" após entender sua premissa: no meio da madrugada, às 2h17, dezessete crianças acordam, saem de suas casas e correm para o escuro para nunca mais voltar.

Todas pertenciam à mesma turma do ensino primário de uma escola em uma pacata cidade do interior dos Estados Unidos. Daquela sala, restou apenas um aluno: Alex Lilly (Cary Christopher).

Trinta dias após os desaparecimentos, sem qualquer pista, a comunidade local - liderada pelo pai Archer Graff (Josh Brolin) - passa a apontar o dedo para a professora da turma, Justine Gandy (Julia Garner). Ela se torna alvo de perseguição e hostilidade, chegando a ter o carro vandalizado.

Com bom desempenho nas bilheteiras e aprovação da crítica, o filme alcançou 94% de avaliação no Rotten Tomatoes.

Um terror em quebra-cabeças

À primeira vista, o filme parece se concentrar nas injustiças cometidas contra a professora. No entanto, o diretor Zach Cregger ("Noites Brutais"), também responsável pelo engenhoso roteiro, conduz a narrativa muito além disso.

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Julia Garner em cena do filme 'A Hora do Mal', dirigido por Zach Cregger - DIVULGAÇÃO
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Cena do filme 'A Hora do Mal', dirigido por Zach Cregger - DIVULGAÇÃO
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Julia Garner em cena do filme 'A Hora do Mal', dirigido por Zach Cregger - DIVULGAÇÃO

Sem pressa para revelar o mistério, "A Hora do Mal" é estruturado em seis capítulos: a professora, o pai inconformado, a criança que "sobrou", um policial que tem um caso com a professora, o diretor da escola e um viciado em drogas.

Cada segmento acrescenta novas camadas à trama, com reviravoltas que mantêm o espectador curioso. Aos poucos, o quebra-cabeça vai se formando e talvez essa construção gradual seja o maior trunfo do longa.

Um terror que é mais suspense

Zach Cregger entrega um terror que, na verdade, se aproxima mais do suspense, com alguns jump scares bem dosados e, por vezes, quebras de expectativa que recorrem ao humor. O verdadeiro medo vem da aura de mistério que permeia quase toda a projeção.

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Cary Christopher em cena do filme 'A Hora do Mal', dirigido por Zach Cregger - DIVULGAÇÃO
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Julia Garner em cena do filme 'A Hora do Mal', dirigido por Zach Cregger - DIVULGAÇÃO

O resultado é catártico, com momentos criativos e marcantes, ainda que algumas pontas fiquem soltas. Seriam indícios de uma continuação ou apenas um convite à imaginação do público?

De qualquer forma, o filme acerta ao atualizar um gênero que tantas vezes se apoia apenas em sustos fáceis ou nas velhas tramas de possessão. Esse longa, junto a "Pecadores", de Ryan Coogler, mostra que 2025 tem sido um bom ano para o terror.

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