A sequência de "Sexta-Feira Muito Louca" vale a pena? Confira a crítica
Duas décadas após o clássico teen, Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis atualizam a comédia com novas reflexões sobre laços familiares

Clique aqui e escute a matéria
A onda nostálgica que tem guiado Hollywood nos últimos anos chega agora aos anos 2000 - década que, para o espanto de alguns, já pode ser considerada "retrô".
Com "Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda", sequência de "Sexta-Feira Muito Louca" (2003), a Disney aposta na revisitação de um clássico teen e, para alívio dos fãs, acerta no tom, atualizando a comédia com novos dilemas geracionais e reflexões sobre os laços familiares.
Enredo
Duas décadas após o primeiro filme, Anna (Lindsay Lohan) e Tess (Jamie Lee Curtis), mãe e filha que trocaram de corpos misteriosamente naquela sexta-feira mágica, agora vivem em harmonia.
A trama da sequência, no entanto, desloca o centro do conflito geracional: é a filha de Anna, Harper (Julia Butters), e a filha do noivo dela, Lily (Arden Myrin), que protagonizam o novo embate.
Em uma nova sexta-feira, a inversão corporal acontece entre gerações cruzadas: Anna troca de corpo com Harper, e Tess com Lily. Agora no corpo de adultas, as adolescentes vão tentar boicotar o casamento de Anna com Eric (Manny Jacinto).
A decisão de não repetir literalmente a fórmula do original é mérito da roteirista Jordan Weiss e da diretora Nisha Ganatra, que criam uma narrativa contemporânea, com espaço para boas piadas, ritmo ágil (ainda que um pouco confuso em alguns momentos) e atuações carismáticas.
Retorno de Lindsay é trunfo do filme
Lindsay Lohan, ausente das grandes produções cinematográficas nos últimos anos, retorna em boa forma e parece confortável em cena. Sua presença carrega consigo um valor simbólico, não apenas pela nostalgia, mas por reafirmar seu carisma e talento cômico.


Jamie Lee Curtis, por sua vez, entrega uma performance divertidamente exagerada como uma avó no corpo de uma adolescente, explorando, com timing certeiro, o humor físico e as gags verbais que o papel exige — apesar do excesso de piadas autodepreciativas sobre a velhice, algo que dificilmente constrangerá o grande público.
As jovens Julia Butters e Arden Myrin também merecem destaque: é a partir de suas atuações convincentes como “adultas em corpos adolescentes” que o filme sustenta sua proposta.
Respeito ao espírito original
"Uma Sexta-Feira Ainda Mais Louca" se alinha ao gênero das comédias familiares leves, à la Sessão da Tarde, mas o faz com competência, atualizando discussões sobre maternidade, amadurecimento e convivência entre diferentes gerações.
Para os fãs do longa original — agora, talvez, já pais e mães —, a experiência de assistir à nova versão ao lado dos filhos é uma oportunidade de revisitar, com afeto e leveza, uma história que permanece relevante naquilo que tem de mais universal: os laços familiares e o desafio constante de compreender o outro.
Trata-se, portanto, de uma sequência que respeita o espírito do original e justifica sua existência com alguma dignidade.
Saiba como acessar o JC Premium