Homenageada do São João do Recife, Banda de Pau e Corda lança EP com faixas inéditas
"Sonhos de uma noite de São João" traz também uma releitura inédita de Drão, clássico de Gilberto Gil, em versão alinhada à sonoridade do grupo

Com mais de cinco décadas de trajetória, a Banda de Pau e Corda lançou, nesta quinta-feira (19), um novo EP intitulado "Sonhos de uma noite de São João". O trabalho chega no mesmo momento em que o grupo é anunciado como o grande homenageado do São João do Recife em 2025.
O projeto reafirma a identidade da banda ao conjugar a base do forró tradicional com arranjos sofisticados e uma interpretação marcada pela sensibilidade. A novidade inclui também uma releitura inédita de "Drão", clássico de Gilberto Gil, em versão alinhada à sonoridade do grupo.
Com arranjos assinados por Zé Freire e produção musical de Alexandre Baros, o EP passou por mixagem e masterização de Junior Evangelista.
Faixas
Divulgada como single na última semana, a canção de abertura "Definitivamente", composta por Sergio Andrade, abre o repertório do EP. O disco ainda traz "Ilusão Praieira", de Waltinho e Roberto Andrade, além da já mencionada releitura de "Drão".
A formação atual da banda reúne Sergio Andrade nos vocais, Júlio Rangel (viola), Sérgio Eduardo (baixo), Zé Freire (violão), Yko Brasil (flauta) e Alexandre Baros (bateria).
Homenagem
Segundo o vocalista Sergio Andrade, também único remanescente da formação original, a homenagem recebida pelo ciclo junino recifense tem valor simbólico: "Recebemos a notícia com muita alegria, pelo reconhecimento de uma vida inteira dedicada à música popular pernambucana" comenta.
A relação da Pau e Corda com as festas populares do Recife é antiga. "Temos um vínculo forte com os ciclos festivos da cidade - especialmente o Carnaval e o São João. Nosso nome remete às antigas orquestras de pau e corda do Carnaval, mas a essência do nosso repertório está no forró, no baião e no xote", afirma Sergio.
Fundada em 1973 pelos irmãos Roberto, Waltinho e Sergio Andrade, a Pau e Corda consolidou um estilo próprio ao combinar lirismo e ritmos populares de Pernambuco.
Desde o disco de estreia, "Vivência" (1973), a banda mantém um percurso marcado pela fidelidade à música regional, mas sempre aberta ao diálogo com a contemporaneidade. O álbum mais recente, Entre a Flor e a Cruz (2023), é exemplo dessa conexão com as participações especiais de Marcos Valle, Lenine, Zeca Baleiro e Juliana Linhares.