Suspeito de feminicídio na Várzea nega assassinato, mas admite ter cortado braço da confeiteira
Acusado declarou que ouviu música para se acalmar enquanto cortava o braço esquerdo da confeiteira com uma faca na casa dele
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Preso na última terça-feira (18) suspeito do feminicídio da confeiteira Thaissa Lorranu Muniz Melo, de 21 anos, o ex-namorado deu depoimento à Polícia Civil. O corpo de Thaissa foi encontrado na casa do acusado, no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife.
Henryque Cassiano da Silva, de 23 anos, negou ter assassinado a jovem, mas confirmou ter cortado seu braço. De acordo com ele, Thaissa estava preocupada com dívidas com bancos e havia cometido suicídio. Henryque relatou à polícia que encontrou a confeiteira à noite e que ela havia se enforcado.
Ele declarou que fez massagem cardíaca e, depois de constatar que ela estava sem vida, decidiu cortar seus braços e pernas dela, mas não ligou para a polícia por medo de ser preso, já que suas digitais estavam no corpo de Thaissa.
Afirmou, ainda, que ouviu música para se acalmar enquanto cortava o braço esquerdo da confeiteira com uma faca.
Durante o interrogatório, Henryque foi questionado sobre a limpeza do local do crime e confirmou que limpou o chão com alguns panos. O suspeito também afirmou que Thaissa sofria de depressão e havia colocado chumbinho na comida deles dias antes do ocorrido.
Em nota, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), informou que após audiência de custódia realizada nesta quarta-feira, Henryque teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva e foi encaminhado ao Cotel.
O que diz a família
Em entrevista à TV Jornal, a mãe contou que chegou a entrar em contato com o ex-namorado da filha e, por mensagens, ele disse não saber o paradeiro dela e se mostrou preocupado.
A mulher decidiu prestar queixa na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro. E, na manhã de ontem, seguiu para a residência do ex-genro, acompanhada do marido e de um parente que é policial civil.
"A noite todinha ele falando comigo, dizendo que estava preocupado, que ela era a mulher da vida dele. Ele foi muito frio, calculista. Ele trouxe minha filha para cá sabendo o que ia fazer com ela. Quando olhei para os pés dele, tinha muito sangue. Só pedia a Deus para encontrar a minha filha viva", contou.
No local, encontraram o corpo de Thaissa, sem roupas, atrás de um armário. Um braço estava decepado, enquanto o outro estava parcialmente. O suspeito entregou uma carta para a mãe dela, alegando que ela teria tirado a própria vida.
A polícia foi acionada e Henryque foi preso em flagrante por feminicídio. No local, foram apreendidas três facas sujas de sangue. Elas estavam escondidas embaixo da máquina de lavar. Computadores também foram apreendidos.