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Morte de advogada em naufrágio: polícia começa a ouvir familiares de vítima

Mãe de Maria Eduarda Carvalho de Medeiros, 38 anos, deve ser a primeira a prestar depoimento, na terça-feira (1º). Namorado ainda será ouvido

Por Raphael Guerra Publicado em 29/06/2025 às 17:54

A semana começa com uma nova etapa das investigações sobre a morte da advogada Maria Eduarda Carvalho de Medeiros, de 38 anos, ocorrida após o naufrágio de um veleiro na praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Familiares da vítima vão prestar depoimento à Polícia Civil.

A mãe da advogada deve ser a primeira a ser ouvida, nesta terça-feira (1º de julho). O médico urologista Seráfico Pereira Cabral Junior, 55, namorado da vítima e que também estava no barco, também deve apresentar oficialmente detalhes sobre o acidente nos próximos dias

A Polícia Civil aguarda o laudo tanatoscópico, produzido pelo Instituto de Medicina Legal (IML), sobre a causa da morte. O atestado de óbito, com resultado preliminar, apontou que houve "asfixia mecânica por afogamento". 

Na última sexta-feira (27), a defesa do médico confirmou que não havia coletes salva-vidas no barco, apesar da obrigatoriedade prevista no regulamento náutico. Os itens ficaram guardados no flat de Seráfico, na praia de Muro Alto, em Ipojuca, onde o casal passava o feriadão. 

O acidente com o veleiro aconteceu na tarde de 21 de junho. O corpo da advogada foi encontrado três dias após intensas buscas. Já a cadela dela, que também estava no veleiro, não foi achada. 

No mesmo dia, com autorização da Justiça, a polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão domiciliar na casa do namorado, no bairro da Jaqueira, Zona Norte do Recife. O celular dele foi apreendido.

Questionado sobre a suspeita de que o médico não tinha habilitação para pilotar o veleiro, o advogado Ademar Rigueira afirmou que não há essa exigência para o tipo de embarcação e área onde o casal passeava.

O advogado também detalhou a versão do médico sobre o acidente. Segundo ele, o naufrágio aconteceu por causa da forte correnteza e possível colisão do veleiro com arrecifes.

"Eles [casal] lutaram juntos, praticamente duas horas dentro do mar. Conseguiram chegar juntos com o cachorro perto dos diques [estruturas de contenção] de Suape, mas a maré jogou ele nas pedras. Depois, ele não conseguiu mais encontrar a namorada, nem a cadela que estava sendo levada por ele", relatou Ademar.

O advogado disse que o médico teve hematomas nos braços, pernas e cabeça.

Além da investigação conduzida pela Polícia Civil, um inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) foi instaurado pela Capitania dos Portos de Pernambuco para apurar as circunstâncias e causas do naufrágio.

 

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