Picada de escorpião em crianças: como agir e quando buscar ajuda urgente

Casos de acidentes com escorpiões exigem atenção redobrada. Especialistas alertam para sinais de gravidade e importância do atendimento rápido

Por Maria Clara Trajano Publicado em 04/11/2025 às 15:55

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O número de acidentes com escorpiões continua crescendo no Brasil e tem preocupado pais e profissionais de saúde. Até julho deste ano, mais de 111 mil casos e 132 mortes foram registrados pelo Ministério da Saúde, com destaque para o risco ampliado entre crianças, especialmente as menores de cinco anos.

Segundo a dermatologista pediátrica Flavia Prevedello, do Hospital Pequeno Príncipe, o veneno age de forma mais intensa nos pequenos, que também podem ter dificuldade para relatar o ocorrido.

“A picada de escorpião costuma causar muita dor, de aparecimento rápido, e pode evoluir com sintomas graves. Por isso, o atendimento médico imediato é fundamental”, afirma.

Como identificar a picada

A reação costuma ser imediata e intensa. A região afetada fica vermelha e inchada, com dor desproporcional ao tamanho da lesão, diferente das picadas de insetos comuns, que geralmente causam coceira e várias marcas pequenas.

“A picada de escorpião costuma ser única e extremamente dolorosa, o que ajuda a suspeitar do acidente”, explica a médica.

Sinais de alerta que exigem atendimento imediato

Além da dor aguda, sintomas sistêmicos podem indicar gravidade. Procure ajuda urgente se a criança apresentar:

  • Irritabilidade e agitação;
  • Salivação excessiva
  • Tremores e espasmos musculares;
  • Taquicardia;
  • Dificuldade respiratória.

“Ao perceber esses sinais, os pais devem levar a criança imediatamente ao pronto-atendimento”, reforça Prevedello. Em emergências, acione o Samu (192) ou Bombeiros (193).

O que não fazer

Medidas caseiras podem agravar o quadro. Evite:

  • Automedicar a criança;
  • Fazer torniquete;
  • Sugar o local;
  • Aplicar pomadas, álcool, óleo ou outras substâncias.

“A única medida recomendada até chegar ao serviço de saúde é aplicar compressa fria para aliviar a dor”, orienta a especialista.

Tratamento: quando o soro é necessário

O diagnóstico é clínico e imediato. Em casos moderados ou graves, o soro antiescorpiônico é administrado e os sintomas são monitorados.

“Conforme a intensidade, tratamos alterações cardiovasculares e neurológicas. Às vezes, é necessário usar anticonvulsivantes”, explica.

Como prevenir acidentes

Escorpiões preferem locais úmidos e escuros. Entre as medidas de prevenção:

  • Manter quintais e áreas externas limpos;
  • Evitar acúmulo de lixo, folhas e entulhos;
  • Vedar frestas, ralos e buracos;
  • Afastar camas e berços das paredes;
  • Guardar sapatos e roupas em locais fechados;
  • Evitar roupas de cama tocando o chão.

“O cuidado principal é com a higiene e organização dos ambientes”, destaca Prevedello.

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