Vacinação é aliada essencial para proteger idosos contra doenças graves

Especialistas reforçam que imunização ajuda a reduzir riscos de hospitalizações, sequelas e óbitos causados por infecções como gripe e covid-19

Por Maria Clara Trajano Publicado em 03/10/2025 às 14:24

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Envelhecer com qualidade de vida exige atenção especial à prevenção de doenças, e a vacinação é uma das principais ferramentas para isso.

Entre os idosos, infecções como gripe, covid-19, vírus sincicial respiratório (VSR) e herpes-zóster podem provocar complicações graves, hospitalizações prolongadas e até óbito. Especialistas alertam que manter o calendário vacinal atualizado é fundamental para reduzir riscos nessa fase da vida.

Imunossenescência aumenta vulnerabilidade

Segundo a infectologista Lessandra Michelin, gerente médica da GSK, com o envelhecimento, o organismo passa por um processo chamado imunossenescência, que reduz a capacidade natural de defesa.

“Isso aumenta o risco de infecções e hospitalizações mesmo em doenças comuns, como um resfriado ou uma gripe. A vacinação ajuda o organismo a se defender melhor ao produzir anticorpos específicos, evitando quadros graves ou complicações”, explica.

Vacinas disponíveis no SUS e na rede privada

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) garante, pelo SUS, vacinas como influenza (gripe), covid-19, difteria e tétano (dT), hepatite B e pneumocócica 23-valente. Em casos específicos, também podem ser indicadas vacinas contra febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola e varicela.

Na rede privada, há opções complementares para idosos, como vacinas contra pneumonia (VPC13, VPC15 e VPC20), herpes-zóster, tríplice bacteriana (dTpa), hepatite A, meningite e contra o vírus sincicial respiratório (VSR).

“É indispensável conversar com um médico para definir as vacinas adequadas. Mesmo para doenças já conhecidas, como gripe e COVID-19, ainda enfrentamos baixas coberturas vacinais. Isso aumenta os riscos de óbitos e complicações em idosos”, reforça Michelin.

Atenção para VSR e herpes-zóster

O vírus sincicial respiratório, muitas vezes associado apenas a quadros em crianças, também representa ameaça para adultos acima de 50 anos, especialmente com doenças crônicas pulmonares, cardíacas ou metabólicas.

“A infecção pode ser grave, levando a complicações e internações prolongadas. Muitas vezes, são as próprias crianças que transmitem o vírus para dentro de casa, expondo familiares idosos”, alerta Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Já o herpes-zóster pode surgir de forma repentina em quem já teve catapora, causando erupções cutâneas dolorosas e risco de complicações persistentes, como a neuralgia pós-herpética.

“Esse quadro pode durar meses ou anos, comprometendo a rotina e a qualidade de vida do paciente. Por isso, é fundamental que adultos a partir dos 50 anos discutam formas de prevenção com seu médico”, finaliza Ballalai.

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