Intoxicação por metanol: número de casos notificados em Pernambuco sobe para seis
Secretaria de Saúde de Pernambuco registra mais dois casos em investigação; especialista orienta consumidores sobre riscos na aquisição de bebidas

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A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) divulgou, nesta sexta-feira (3), que há dois novos casos suspeitos de intoxicação por metanol associada ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas.
Com isso, o Estado passa a registrar seis notificações, sendo dois óbitos, dois casos com sequelas oculares e dois pacientes ainda internados. As novas vítimas são uma mulher residente de São Paulo, atendida em Ipojuca, e um homem de Gravatá, que está sendo acompanhado em Caruaru.
A situação reforça os alertas do diretor-geral de Informação e Vigilância Epidemiológica da SES-PE, José Lancart, que falou ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, sobre os riscos do consumo de bebidas adulteradas e as medidas de precaução para minimizar intoxicações.
Segurança no consumo de bebidas
Segundo Lancart a principal medida é cautela na escolha e consumo de bebidas. "Precisamos estar atentos às condições de higiene, ao nível de confiança daquele estabelecimento e à origem da bebida, para minimamente não termos riscos à nossa saúde", pontua.
Ele alerta para a importância de observar lacres, rótulos, regularização junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a idoneidade do estabelecimento.
O especialista recomenda evitar drinks pré-preparados de origem desconhecida e optar por locais regularizados pela vigilância sanitária, como bares, restaurantes e supermercados.
Pequenos detalhes como cor, volume e integridade da garrafa podem indicar adulteração. "Na dúvida, é prudencial não fazer aquisição do produto nesse local", reforça.
Ações em Pernambuco
A SES-PE, em parceria com a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária, intensificou a fiscalização dos estabelecimentos comerciais, garantindo que a origem e idoneidade das bebidas sejam verificadas.
O estado também recebeu ampolas de etanol farmacêutico, usadas como antídoto, trazidas pelo Grupamento Tático Aéreo (GTA) para os hospitais da Restauração, no Recife, e Mestre Vitalino, em Caruaru.
"O objetivo é minimizar o risco de exposição a produtos adulterados e assegurar que a cadeia econômica de alimentos e bebidas ofereça segurança ao consumidor", explica Lancart.
O acompanhamento dos casos é feito pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE), envolvendo representantes da rede de urgência e emergência, regulação de leitos e vigilância em saúde, além de universidades, Ministério da Agricultura e Ministério da Saúde.
Consumo seguro
Os pacientes com suspeita de intoxicação por metanol apresentaram problemas gastrointestinais, neurológicos, confusão mental, tontura ou perda de visão, além de alguns casos de óbito.
Para consumidores frequentes de álcool, o diretor enfatiza a necessidade de adquirir bebidas em locais idôneos, observando boas práticas de armazenamento e integridade da embalagem. "Quando não há segurança ou confiança naquele estabelecimento, nossa recomendação é evitar o consumo", conclui.