Medula óssea: como funciona a doação que pode ser a única chance de cura

Entenda como funciona a doação, quem pode participar e quais são os métodos utilizados, além de como se cadastrar no Hemope

Por Maria Clara Trajano Publicado em 25/09/2025 às 8:50

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A doação de medula óssea pode ser a única chance de cura para pacientes com doenças graves, como leucemia, linfoma e mieloma. Apesar disso, muitos potenciais doadores ainda deixam de se cadastrar por causa de mitos ou falta de informação sobre o processo.

A hematologista Camila Gonzaga, médica do Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), esclarece as principais dúvidas.

Só é possível doar para alguém da família?

Mito. A compatibilidade pode ocorrer com parentes ou com doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). O exame de tipagem HLA identifica as chances de compatibilidade entre pacientes e voluntários.

Qual é a idade ideal para se cadastrar?

O cadastro é preferencialmente feito entre 18 e 35 anos, pois as células-tronco mais jovens têm melhor qualidade. Para familiares, não há limite absoluto: pessoas acima de 60 anos em boas condições clínicas podem ser consideradas para a doação. Para não aparentados, o limite prático é 60 anos.

A doação é dolorosa?

A dor é muito menor do que se imagina. Existem dois métodos:

  • Punção direta: coleta em centro cirúrgico sob anestesia geral, com desconforto leve nos dias seguintes;
  • Aférese de sangue periférico: semelhante a uma doação de sangue, indolor e sem necessidade de internação.

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O doador precisa ficar internado?

Na punção direta, recomenda-se internação de 24h e afastamento breve das atividades laborais. Já a aférese é ambulatorial e permite voltar às atividades no dia seguinte.

A doação enfraquece o organismo?

Não. A medula óssea tem alta capacidade de regeneração. Na punção direta, apenas uma pequena fração, cerca de 5%, é coletada, e o organismo repõe rapidamente. Já na aférese, a medula continua intacta.

Qual é a chance de ser chamado?

As chances variam entre 1 em 100 mil e 1 em 400 mil. A compatibilidade depende de fatores genéticos complexos, o que reforça a importância de aumentar o número de voluntários cadastrados.

“Essa baixa probabilidade é exatamente a razão pela qual é tão importante se cadastrar: quanto mais pessoas participarem, maior a chance de salvar vidas”, reforça a médica.

Como se cadastrar como doador de medula óssea?

O cidadão que deseja tornar-se doador de medula óssea deve procurar o hemocentro mais próximo em sua cidade. Em Pernambuco, quem realiza o cadastro dos doadores no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) é a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope).

Não é preciso agendamento, basta comparecer ao Hemope, na Rua Joaquim Nabuco, bairro das Graças, munido de documento oficial com foto, CPF e cartão nacional de saúde (CNS), se houver.

  • Quem pode doar: pessoas entre 18 e 60 anos, em boa saúde. Entretanto, o cadastro precisa ser feito até os 35 anos;
  • Como funciona: os candidatos participam de palestras e vídeos educativos, assinam um termo de consentimento e preenchem formulário com dados pessoais;
  • Exame inicial: é coletada uma amostra de sangue para testes de histocompatibilidade (HLA);
  • Documentos necessários: documento oficial com foto, número do CPF e, se possível, o cartão nacional de saúde (CNS);
  • Convocação: caso haja compatibilidade com um paciente, o voluntário será chamado para exames complementares e, se apto, realizará a doação.

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