INFRAESTRUTURA | Notícia

BR-232: rodovia terá 25,5 quilômetros restaurados entre o Recife e Vitória de Santo Antão ao custo de R$ 41 milhões

Governos de Pernambuco e federal assinaram a ordem de serviço para início dos trabalhos num trecho crucial da BR-232, que sofre com desgastes

Por Roberta Soares Publicado em 09/05/2025 às 15:40 | Atualizado em 09/05/2025 às 15:45

A BR-232, o principal corredor rodoviário de ligação da capital com o interior de Pernambuco, terá 25,5 quilômetros restaurados nos próximos dias entre o Recife e o município de Vitória de Santo Antão, na Mata Sul. O trecho é estratégico no corredor e um dos mais movimentados ao longo de toda a duplicação da BR, que vai até São Caetano, no Agreste do Estado. É, também, o que está em pior condição de trafegabilidade atualmente devido ao intenso tráfego pesado.

Segundo o governo de Pernambuco, será a primeira manutenção robusta desde a duplicação da via, há mais de 20 anos. A ordem de serviço para o início das obras foi assinada em Brasília na terça-feira (6/5) pela governadora de Pernambuco Raquel Lyra e pelo ministro dos Transportes, Renan Filho.

O trecho contemplado vai do entroncamento com a BR-408, no Grande Recife, até a ligação com a PE-050, na travessia urbana de Vitória de Santo Antão. Os recursos são provenientes de emendas parlamentares e fazem parte do PE na Estrada, programa de recuperação e implantação da malha rodoviária do Estado, orçado em R$ 5,1 bilhões.

Durante a assinatura da ordem de serviço, a governadora Raquel Lyra destacou a importância da iniciativa dentro do programa PE na Estrada. "Esse trecho era muito crítico e nós vamos investir na sua revitalização com recursos de emendas de deputados e da bancada federal de Pernambuco. Quando chove na região, a área apresenta muito risco, mas agora vamos fazer a requalificação do trecho e garantir mais segurança à população", destacou a governadora.

OBRA DE RESTAURAÇÃO DO TRECHO VAI LEVAR TRÊS ANOS

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O trecho é estratégico no corredor e um dos mais movimentados ao longo de toda a duplicação da BR, que vai até São Caetano, no Agreste do Estado - RENATO RAMOS/JC IMAGEM

A revitalização abrangerá 25,5 quilômetros da via e tem um prazo de execução de até 36 meses a partir da assinatura da ordem de serviço. Os serviços incluem manutenção preventiva, emergencial e corretiva, visando a conservação estrutural da rodovia. E beneficiarão diretamente os municípios de Recife, Moreno e Vitória de Santo Antão, atendendo aproximadamente 1,68 milhão de usuários da via.

Segundo o secretário de Mobilidade e Infraestrutura de Pernambuco, Diogo Bezerra, a obra tem uma grande abrangência e vai incluir melhorias nos trechos da rodovia que são de asfalto, mas também nos que têm placas de concreto e que nunca foram trocadas desde a duplicação. Apenas recebiam recapeamento de asfalto por cima.

Os R$ 41 milhões estavam parados desde 2020 e foram destinados através de emendas dos deputados Eduardo da Fonte e Fernando Monteiro e da bancada federal na Câmara dos Deputados. A licitação foi conduzida pela gestão estadual. O prazo de execução é de até 36 meses a partir da ordem de serviço.

BR-232 SERÁ TOTALMENTE RESTAURADA POR R$ 350 MILHÕES ENTRE RECIFE E CARUARU

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BR-232 está sem buracos, é fato, mas parece uma montanha-russa em alguns trechos, como no que será revitalizado agora - RENATO RAMOS/JC IMAGEM
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O trecho contemplado vai do entroncamento com a BR-408, no Grande Recife, até a ligação com a PE-050, na travessia urbana de Vitória de Santo Antão - RENATO RAMOS/JC IMAGEM
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Os recursos são provenientes de emendas parlamentares e fazem parte do PE na Estrada, programa de recuperação e implantação da malha rodoviária do Estado, orçado em R$ 5,1 bilhões - RENATO RAMOS/JC IMAGEM
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O trecho é estratégico no corredor e um dos mais movimentados ao longo de toda a duplicação da BR, que vai até São Caetano, no Agreste do Estado - RENATO RAMOS/JC IMAGEM

A restauração entre o Recife e Vitória de Santo Antão é a primeira etapa da restauração completa dos 142 quilômetros entre o Recife e São Caetano, no Agreste pernambucano, que serão totalmente recuperados. As obras têm custo de R$ 350 milhões, quase o valor da sua duplicação, em 2004, executada por R$ 400 milhões.

A degradação da BR-232 nesses mais de 20 anos de construída - além de problemas técnicos que até hoje são discutidos judicialmente - levaram à necessidade de uma completa restauração. Não há mais reparos ou remendos que garantam a segurança viária da rodovia.

DUPLICAÇÃO DA BR-232 ENTRE O AGRESTE E O SERTÃO

A revitalização do trecho da BR-232 se soma aos planos de duplicação da rodovia, já anunciados pelo governo de Pernambuco e pela União. Em novembro de 2024, foram publicados os editais de licitação para os projetos de duplicação e restauração no trecho entre São Caetano e Serra Talhada, totalizando 264,9 quilômetros. A previsão é que as obras de duplicação comecem no primeiro semestre de 2026.

Durante a agenda em Brasília, a governadora também anunciou investimentos para a recuperação da PE-027 (Estrada de Aldeia), em Camaragibe, com um investimento estadual de R$ 112,7 milhões, com edital de licitação previsto para 28 de maio. Além disso, foram discutidas obras estruturantes para o desenvolvimento de Toritama e região, no Agreste pernambucano, como a restauração e duplicação da BR-104.

"Vamos seguir trabalhando, porque a determinação do presidente Lula é que Pernambuco seja uma prioridade, para ajudarmos o estado a desenvolver cada vez mais”, afirmou o ministro Renan Filho.

ENTENDA A DUPLICAÇÃO DA BR-232 LIGANDO O AGRESTE AO SERTÃO

O trecho da BR-232 que será duplicado compreende uma extensão de 264,9 quilômetros, entre São Caetano, no Agreste, e Serra Talhada, no Sertão. Demanda antiga do povo sertanejo, a obra está incluída no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal.

O primeiro lote do projeto inclui o trecho entre São Caetano e Arcoverde, com uma extensão de 108,9 quilômetros. Já o segundo lote atende ao trecho entre Arcoverde e Serra Talhada, com 156 quilômetros de extensão. A previsão é de que as obras sejam iniciadas no primeiro semestre de 2026 e durem pelo menos dois anos.

Segundo Diogo Bezerra, ainda não é possível afirmar qual o valor da duplicação, o que só poderá ser feito após a elaboração dos projetos executivos. “Existem muitas serras e rochas no traçado, além da implantação de variantes (quando a rodovia passa por fora dos perímetros urbanos municipais) em algumas cidades localizadas às margens da rodovia. Tudo isso será estudado nos projetos executivos e avaliado pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte)”, explicou.

 

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