Futuro da energia sustentável: CONIBEN 2025 e o crescimento de investimentos renováveis
Evento em Lisboa reúne especialistas para debater energia limpa e estratégias de desenvolvimento sustentável diante de investimentos globais

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O setor de energia global está passando por uma transformação sem precedentes, movimentando trilhões de dólares em investimentos e criando oportunidades estratégicas para empresas, governos e investidores. Em 2025, os gastos com energia limpa devem alcançar US$ 2,2 trilhões, quase o dobro do montante destinado a combustíveis fósseis, segundo a BloombergNEF, impulsionando projetos de energia solar, energia eólica, armazenamento e nuclear.
Nesse contexto, a Conferência Ibero-Brasileira de Energia – CONIBEN 2025, que ocorrerá nos dias 27 e 28 de novembro no Hotel Tivoli, em Lisboa, Portugal, será palco de debates sobre energia renovável, práticas sustentáveis e ESG, reunindo especialistas e líderes do setor para discutir estratégias de desenvolvimento sustentável e consolidação de um mercado cada vez mais robusto.
A transição energética, entendida como a mudança global de fontes fósseis — petróleo, carvão e gás natural — para alternativas de energia limpa e energia sustentável, como energia solar, energia eólica, energia hídrica e biomassa, está acelerando. Até 2026, espera-se que as energias renováveis superem o carvão, tornando-se a principal fonte de eletricidade no mundo, respondendo por 36% da produção global, enquanto a participação do carvão deve cair para 32%, seu menor nível em um século. A produção global de energia solar e energia eólica deve ultrapassar 6.000 TWh, atendendo a mais de 90% do aumento da demanda elétrica.
O mercado global acompanha esse movimento com investimentos recordes. Em 2025, a energia solar liderará os aportes, com previsão de US$ 450 bilhões, enquanto o armazenamento de baterias terá gastos estimados em US$ 66 bilhões, e a energia nuclear receberá US$ 75 bilhões, um crescimento de 50% em relação aos anos anteriores. Apesar desse ritmo acelerado, os investimentos em redes elétricas, atualmente de US$ 400 bilhões anuais, ainda não acompanham o crescimento da geração e da eletrificação, um ponto crítico para a segurança do sistema elétrico até 2030.
Crise climática
A urgência do avanço para energia sustentável é reforçada por dados do meio ambiente. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou que a concentração de gases de efeito estufa atingiu, em 2024, níveis recordes dos últimos 800 mil anos, e a última década foi a mais quente da história. Eventos climáticos extremos, como secas e inundações, tornam imperativa a adoção de práticas sustentáveis e de energia renovável em escala global.
A COP28, realizada em Dubai em 2023, consolidou o compromisso internacional de reduzir gradualmente o uso de combustíveis fósseis. O Brasil, protagonista nesse cenário, estabeleceu metas ambiciosas com a Estratégia Nacional de Mitigação (ENM): reduzir 48% das emissões líquidas até 2030 e atingir a neutralidade de carbono até 2050. Atualmente, 88% da eletricidade brasileira já é proveniente de fontes renováveis, com a energia solar e a energia eólica respondendo por quase um quarto da geração nacional.
No ranking global de transição energética, o país ocupa a 15ª posição no Índice de Transição Energética (ETI) do Fórum Econômico Mundial, à frente de nações como Reino Unido e Estados Unidos. Contudo, mais de 90% dos investimentos em energia limpa ainda estão concentrados em economias avançadas e na China, evidenciando a necessidade de ampliar aportes em mercados emergentes, que responderão por 80% da demanda futura de energia.
Na Península Ibérica, Portugal e Espanha também se destacam. A Espanha projeta alcançar 220 GW de energia renovável até 2029, enquanto Portugal amplia continuamente sua capacidade, com a energia eólica desempenhando papel central. Ambos os países investem em integração de redes, armazenamento e inovação tecnológica para garantir eficiência e segurança energética, alinhados a políticas de sustentabilidade e ESG.
CONIBEN 2025
O mercado de energia se prepara ainda para a CONIBEN 2025, evento totalmente presencial que acontecerá em Lisboa nos dias 27 e 28 de novembro, com o tema “Convergência energética: estratégias para mitigação e compensação”. Serão 33 palestrantes, 11 moderadores e 11 painéis discutindo desde apagões no Brasil e na Península Ibérica, curtailment (restrições à geração renovável), descarbonização da economia, projetos de biocombustíveis, leilões de capacidade, até o impacto de data centers e inteligência artificial no consumo energético. "Nesta quarta edição da CONIBEN, queremos manter o foco em gerar negócios entre os participantes, tal qual ocorreu nas edições anteriores”, afirma Reive Barros, coordenador da conferência.
O encontro será uma oportunidade única de observar tendências, analisar oportunidades de investimento e mapear o futuro do mercado de energia sustentável, reforçando a importância de energia renovável, energia limpa, energia solar, energia eólica e energia hídrica. Com investimentos globais em expansão e políticas públicas cada vez mais alinhadas à transição energética, 2025 promete ser um ano decisivo. Para empresas, governos e investidores, a mensagem é clara: apostar em energia sustentável, inovação e práticas sustentáveis não é apenas uma responsabilidade ambiental, mas uma oportunidade estratégica para crescimento e liderança em um mercado que se consolida como central para o desenvolvimento sustentável e proteção do meio ambiente.