CONIBEN 2025: evento debate sustentabilidade ambiental, inovação e o futuro da matriz energética
A Conferência Ibero-Brasileira de Energia conecta as principais lideranças do setor energético do Brasil, de Portugal e da Espanha. Confira detalhes

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A emergência climática se intensifica, gerando impactos humanos e ambientais cada vez mais graves. Anualmente, milhões de mortes prematuras são causadas pela poluição do ar proveniente da queima de combustíveis fósseis. Além disso, as emissões de CO2 seguem batendo recordes históricos, impulsionando o aquecimento global e provocando consequências climáticas severas e de alto custo. Diante desse cenário alarmante, a discussão sobre a transição para fontes de energia limpas torna-se urgente e inadiável.
É com essa consciência que a Conferência Ibero-Brasileira de Energia (CONIBEN) reúne as principais lideranças do setor energético ibero-brasileiro, promovendo o intercâmbio de conhecimento técnico e estratégico para acelerar inovações e transformações essenciais.
Reconhecida como pioneira na articulação entre o Brasil e a Península Ibérica na temática energética, a CONIBEN promove debates aprofundados e uma troca dinâmica de experiências por meio de painéis, palestras e exposições de projetos, produtos e serviços, com o objetivo de estimular parcerias e fomentar negócios.
Além disso, a CONIBEN representa uma oportunidade única de interação com especialistas, autoridades, pesquisadores, grandes empresários e líderes de negócios dos três países. O evento é voltado para investidores, executivos do setor energético, órgãos reguladores, planejadores e operadores do Sistema Elétrico, bem como fornecedores de equipamentos e serviços.
A edição mais recente da CONIBEN foi realizada nos dias 14 e 15 de novembro de 2024 em Lisboa, com o tema central “Sustentabilidade e Transição Energética”. O evento contou com 44 palestrantes distribuídos em 10 painéis e reuniu mais de 130 nomes de destaque do setor energético do Brasil, Portugal e Espanha.
Reive Barros, coordenador da CONIBEN, celebra o sucesso da edição: "A CONIBEN 2024 foi amplamente elogiada por seu papel estratégico na discussão dos rumos da transição energética entre Brasil, Portugal e Espanha. Principalmente pelo conteúdo da programação e o alto nível dos palestrantes e a atualização sobre decisões estratégicas no setor elétrico, com estímulo à colaboração internacional e à inovação tecnológica em um ambiente propício à formação de parcerias e atração de investimentos."
"Empresas portuguesas firmaram contratos de representação dos seus produtos no Brasil, e empresas brasileiras demonstraram interesses em investir em Portugal. A CONIBEN 2024 foi considerada um evento de referência internacional no setor energético. Combinando profundidade técnica, diversidade de perspectivas e foco em soluções sustentáveis, ela consolidou seu papel como plataforma de diálogo e ação concreta para os desafios energéticos atuais", acrescenta.
CONIBEN 2025
Neste ano, o evento totalmente presencial, com o tema "Convergência energética: estratégias para mitigação e compensação", acontecerá nos dias 27 e 28 de novembro no Hotel Tivoli, em Lisboa, Portugal.
"A edição da CONIBEN foi ampliada com as discussões dos temas da atualidade, tais como: impactos dos apagões ocorridos no Brasil e Península Ibérica; Solução para as questões de Curtailment; Reflexões sobre a COP 30; Descarbonização da Economia; Projetos de Biocombustíveis; Leiloes de Capacidade, Data Center e Inteligência Artificial", pontua Reive.
Reive ressalta também o papel do Brasil como potência na geração e consumo de energia renovável, sendo reconhecido como um dos líderes mundiais na transição energética. "O Brasil é o terceiro maior gerador de energia elétrica renovável do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Em termos de participação proporcional de renováveis na matriz elétrica, o Brasil está entre os seis países com maior uso, com cerca de 90% da eletricidade gerada por fontes renováveis, como hidrelétricas, eólicas e solares."
Com vagas limitadas, apenas 150 convidados poderão se inscrever para o evento. As inscrições estão disponíveis no site do evento e podem ser feitas através deste link.
Com 33 palestrantes e 11 moderadores, os 11 painéis da CONIBEN 2025 estarão distribuídos ao longo dos dois dias de evento. São eles:
- Transição Energética Justa
- Planejamento da Transição Energética
- Aspectos Regulatórios
- Operação de Sistemas Elétricos - Fontes Renováveis
- Eletrificação e Descarbonização da Economia
- Projetos e Produtos de Hidrogênio Verde
- Diversidade Energética
- Armazenamento de Energia - UHE Reversíveis
- Infrastrutura para Exportação de Hidrogênio e Derivados
- Data Center e Inteligência Artificial
- Investimentos no Setor de Energia
O que é transição energética?
A transição energética é a mudança do sistema global de energia, substituindo fontes fósseis e poluentes por alternativas renováveis e sustentáveis — como solar, eólica, hidrelétrica e biomassa. Esse processo envolve a redução gradual de petróleo, gás natural e carvão - grandes emissores de gases de efeito estufa - e o aumento do uso de energias limpas. Além de combater as mudanças climáticas, a mudança também tem impacto socioeconômico, visando garantir acesso justo e acessível à energia.
Um alerta para a urgência da crise climática está no relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à ONU, que trouxe dados alarmantes referentes a 2024: a concentração de CO? e outros gases de efeito estufa atingiu o nível mais alto dos últimos 800 mil anos, e o nível do mar continua a subir rapidamente. A última década foi a mais quente já registrada.
No final de 2023, a COP28, realizada em Dubai, marcou um ponto histórico ao prever a redução progressiva do uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural). Pela primeira vez na história das conferências climáticas da ONU, quase 200 países assinaram um acordo comprometendo-se a “se afastar dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de forma justa, ordenada e equitativa”, intensificando as ações nesta “década crítica”.
Atento a esse cenário, o Brasil apresentou medidas como a Estratégia Nacional de Mitigação (ENM), que estabelece metas ambiciosas: redução de 48% nas emissões líquidas até 2030 e de 92% até 2035, com o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
Esse compromisso se reflete nos dados da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), que divulgou neste mês que 88% da matriz elétrica brasileira já é composta por fontes renováveis. A energia solar e eólica, juntas, representam quase um quarto da geração nacional. Além disso, o Brasil foi o quarto país que mais adicionou capacidade renovável em 2024.
O Brasil também lidera a transição energética na América Latina, segundo o Índice de Transição Energética (ETI), do Fórum Econômico Mundial, divulgado em junho. O país ocupa a 15ª posição entre 118 nações, à frente de potências como o Reino Unido (16º) e os Estados Unidos (17º).
Contudo, o relatório revela um desequilíbrio preocupante: apesar da crescente demanda por energia nos mercados emergentes — como o Brasil — mais de 90% dos investimentos globais em energia limpa ainda estão concentrados em economias avançadas e na China. Isso é alarmante, já que 80% da demanda futura de energia virá justamente dos países em desenvolvimento.