Enem 2025: tudo o que você precisa saber sobre apostas e vício em jogos para a prova

Tema pode aparecer em questões de Ciências Humanas, Redação ou Linguagens, por envolver saúde mental, economia e comportamento social

Por Maria Clara Trajano Publicado em 22/10/2025 às 18:05

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Com o avanço das plataformas digitais e a popularização das apostas esportivas no Brasil, o vício em jogos se tornou um tema cada vez mais presente no debate público e também pode aparecer no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A relação entre tecnologia, economia e saúde mental tem sido um ponto de atenção para pesquisadores e autoridades, especialmente após o crescimento do número de jovens que desenvolvem comportamentos compulsivos relacionados a jogos de azar e apostas online.

Entender esse fenômeno é fundamental para o estudante que deseja interpretar criticamente textos, gráficos e situações sociais nas provas.

Dados e reconhecimento da ludopatia como problema de saúde

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno do jogo — conhecido como ludopatia — é uma condição reconhecida desde 2018. No Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estima que cerca de 2 milhões de pessoas apresentem algum nível de dependência em jogos de azar.

A legalização parcial das apostas esportivas e a presença constante de influenciadores e celebridades promovendo plataformas de betting nas redes sociais intensificaram o contato de adolescentes e jovens com esse tipo de entretenimento, muitas vezes sem a devida regulamentação ou controle.

Legislação brasileira e tentativas de controle

A Lei nº 14.790/2023, que regulamenta as apostas esportivas no País, busca estabelecer regras para o setor, incluindo a proibição de publicidade direcionada a menores de idade e exigência de registro das empresas no Brasil.

Ainda assim, especialistas alertam que o vício em jogos vai além da questão econômica: envolve mecanismos de recompensa cerebral semelhantes aos observados em dependências químicas, afetando emoções, produtividade e relações pessoais.

Repertórios culturais que ajudam na redação

O tema também é retratado com frequência em obras culturais que podem servir de repertório sociocultural para a redação.

O filme O Apostador (The Gambler, 2014) e a série Round 6 (Squid Game, 2021) discutem como o endividamento e a busca por lucro rápido podem levar à autodestruição. Na literatura, o clássico O Jogador, de Fiódor Dostoiévski, é uma análise profunda do comportamento compulsivo e da perda de controle diante do jogo.

No Brasil, novelas como Avenida Brasil e O Rei do Gado também já abordaram personagens viciados em jogos ou apostas.

Impactos econômicos e sociais do vício em jogos

Além do viés psicológico, o vício em jogos pode ser explorado nas provas sob o ponto de vista econômico e social.

O crescimento da indústria das apostas movimenta bilhões de reais por ano e gera discussões sobre tributação, ética na publicidade e responsabilidade social das empresas.

O estudante pode relacionar o tema a questões de consumo, alienação e controle social, em diálogo com teóricos como Karl Marx, Émile Durkheim e Zygmunt Bauman — este último, ao tratar da sociedade líquida e da busca imediata por prazer.

Como estudar o tema para o Enem

Como estratégia de estudo, o aluno pode revisar textos argumentativos e notícias recentes sobre a regulamentação das apostas, além de refletir sobre os impactos sociais e psicológicos do vício em jogos.

O tema é interdisciplinar e pode aparecer em Linguagens, Ciências Humanas ou mesmo como tema da redação, articulando discussões sobre saúde pública, economia digital e ética.

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