REAJUSTE | Notícia

Servidores da Educação anunciam paralisação em Pernambuco para pressionar votação de reajuste

O presidente da Alepe, Álvaro Porto, confirmou que irá se reunir com os representantes do Sintepe, também na segunda-feira, para tratar do projeto

Por Mirella Araújo Publicado em 05/06/2025 às 11:40 | Atualizado em 05/06/2025 às 11:44

Em meio à tensão política entre o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), os servidores da Educação anunciaram uma paralisação para a próxima segunda-feira (9), com o objetivo de pressionar os parlamentares a votarem o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 2968/2025, que prevê um reajuste de 6,27% no piso salarial dos professores da rede estadual.

Nesta quinta-feira (5), o presidente da Casa, deputado estadual Álvaro Porto (PSDB), confirmou que se reunirá com representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Pernambuco (Sintepe) na segunda-feira, às 10h, na sede da Alepe.

"É com grande senso de responsabilidade que me dirijo a todos os professores e representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Pernambuco. A educação é a base do nosso futuro e, sem dúvida, os profissionais que dedicam suas vidas a essa nobre missão merecem reconhecimento e valorização. O Projeto de Lei que propõe o reajuste salarial é um passo fundamental para garantir condições dignas de trabalho e remuneração aos nossos educadores", destacou Porto.

“É inaceitável que a categoria, que desempenha um papel tão crucial na formação de nossas crianças e jovens, continue a ser prejudicada pelo esvaziamento das sessões. A Assembleia Legislativa de Pernambuco está do lado dos professores, e, juntos, lutaremos para que essa injustiça seja corrigida", destacou Álvaro Porto,, afirmou Álvaro Porto, assumindo o compromisso de continuar colocando o projeto em pauta em todas as sessões legislativas até sua aprovação.

Governadora também fez apelo

Nessa quarta-feira (4), após a segunda tentativa de votação do PLC nº 2968/2025 em plenário, que acabou frustrada por falta de quórum devido ao esvaziamento da bancada governista, uma comitiva de representantes do Sintepe, acompanhada pelos deputados Rosa Amorim e João Paulo (ambos do PT), foi recebida pela governadora Raquel Lyra no Palácio do Campo das Princesas.

Na ocasião, a governadora afirmou que está em contato com o presidente da Alepe e que tem feito esforços para manter o diálogo. Ela acredita que o texto possa ser aprovado nos próximos 10 dias e já adiantou que mesmo com o pagamento do salário dos servidores estaduais previsto para o dia 20 de junho, uma folha extra está sendo preparada para os professores, caso seja necessário. 

"Não faz sentido chegarmos a um momento como este, investirmos tempo e energia na negociação, e isso não ser prioridade para nós. É prioridade, sim! A educação envolve vários elementos: é a estrutura das escolas, a criação de novas vagas, o aspecto pedagógico e, obviamente, a alma de tudo isso, que são vocês", destacou.

Na terça-feira (3), a governadora conversou por telefone com o presidente da Alepe, que teria afirmado que o projeto precisava ser apreciado pelas comissões de Constituição, Legislação e Justiça; Administração Pública; e Educação, Cultura, Esportes e Lazer.

"Os tempos estão extrapolados. Ainda não necessariamente dos outros projetos, eles vão ter unanimidade, mas precisamos fazer o exercício da democracia e colocar em pauta os projetos para que sejam aprovados ou rejeitados", pontuou Raquel Lyra

Negociação

O Projeto de Lei Complementar, fruto da negociação entre o Sintepe e o Governo do Estado entre os meses de fevereiro e maio, eleva o piso salarial para R$ 4.867,77, correspondente a uma carga horária de 200 horas-aula mensais.

Além de prever o pagamento retroativo a 1º de janeiro, conforme o índice nacional estabelecido pelo Ministério da Educação, o projeto também propõe reajustes entre 6% e 8% nas faixas de progressão da carreira, com vigência a partir de 1º de junho.

O aumento no salário-base também será estendido a assistentes administrativos e analistas em gestão vinculados à área da educação. Além disso, será implementado o primeiro ciclo de avaliação de desempenho dos profissionais da educação, previsto para ocorrer em 2026.

"O projeto de lei da Educação seguiu todo o rito institucional, passou por todas as comissões, mas, infelizmente, a bancada do governo não está dando quórum. E a conversa hoje (quarta) foi sobre isso: vai depender da aprovação de outros projetos. Nós achamos muito ruim essa posição da bancada e do próprio Executivo, porque o nosso projeto de lei tem um impacto social muito grande", declarou a presidenta do Sintepe, Ivete Caetano, após a reunião com a governadora de Pernambuco.

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