Brasil | Notícia

"Só existe justiça climática se houver justiça de gênero", diz ministra na COP30

Durante o Dia de Gênero na COP30, ministra Márcia Lopes alertou que mulheres são as mais atingidas por desastres e insegurança alimentar.

Por JC Publicado em 19/11/2025 às 20:31

Clique aqui e escute a matéria

*Com informações da Agência Brasil

O debate sobre o impacto das mudanças climáticas na vida das mulheres foi o centro das atenções nesta quarta-feira (19) na COP30, em Belém. Durante o "Dia de Gênero" da conferência, a ministra da Mulher, Márcia Lopes, defendeu que a justiça climática está diretamente atrelada à justiça de gênero.

Segundo a ministra, dados científicos e a realidade dos territórios comprovam que as mulheres são as principais vítimas da crise ambiental.

“As mulheres são as mais atingidas pela falta de água, pela insegurança alimentar, pela pobreza do tempo, pela perda de renda e pelo aumento da violência durante os desastres. E esses impactos têm cor e território”, afirmou Márcia Lopes.

Apesar de serem as mais afetadas, as mulheres também são apontadas como peças-chave para a solução dos problemas. Lopes destacou que elas preservam saberes ancestrais e cuidam da segurança alimentar através de hortas e cozinhas comunitárias.

“Os estudos mostram que, quando as mulheres participam da gestão ambiental, os resultados podem ser até sete vezes mais eficazes”, pontuou a ministra.

Dados alarmantes da ONU

A representante da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino, apresentou dados preocupantes sobre o futuro. Segundo ela, as projeções indicam que mais de 250 milhões de mulheres serão empurradas para situações de pobreza e insegurança alimentar devido às mudanças climáticas. Entre os homens, a estimativa é de 130 milhões.

Querino reforçou que o aumento da temperatura global também sobrecarrega as mulheres, historicamente responsáveis pelo cuidado de grupos vulneráveis, como idosos e pessoas com deficiência.

“É importante trazer a perspectiva de como esses efeitos diferenciados ocorrem e se concretizam na vida das mulheres, para que as soluções não sejam universais, mas sim específicas”, defendeu a representante da ONU.

O Dia de Gênero nas COPs complementa o Programa de Trabalho de Lima sobre Gênero (PTGL), criado em 2014 e recentemente prorrogado na COP29. O objetivo é garantir o equilíbrio de gênero nas políticas climáticas globais.

Saiba como assistir aos Videocasts do JC

Compartilhe

Tags