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Fome e crise climática devem ser combatidas juntas, defende Marina Silva na COP30

Ministra do Meio Ambiente participou de evento na COP30, em Belém, e citou tornado no Paraná como exemplo de vulnerabilidade social.

Por JC Publicado em 10/11/2025 às 21:32

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A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu nesta segunda-feira (10) que a fome, a pobreza e a crise climática sejam combatidas de forma conjunta. A declaração foi dada durante evento na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém (PA).

Marina utilizou eventos extremos recentes, como o tornado que atingiu o Paraná na última sexta-feira, para ilustrar como os desastres naturais aumentam a vulnerabilidade social.

“As pessoas perdem seus sistemas alimentários, locais de trabalho, quando tem uma enchente, quando tem um tufão ou um furacão, agravado pela mudança do clima, como aconteceu agora no Paraná, onde uma cidade inteira foi arrasada com perdas de vida. Elas ficam mais vulneráveis”, pontuou a ministra.

Para Marina, é essencial alinhar as políticas ambientais com o combate às desigualdades sociais. “Pensar o enfrentamento da desigualdade junto com o enfrentamento da mudança do clima é algo perfeitamente possível, e é o único caminho para lidar com os dois problemas com eficiência”, complementou.

Proteção social e agricultura

O evento também contou com a participação do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias. Ele reforçou a importância das redes de proteção e o papel dos povos tradicionais e da agricultura familiar.

“Não há segurança alimentar nem resiliência climática sem aqueles que cuidam da terra, das águas e das sementes, da produção. A agricultura familiar fornece a maior parte dos nossos alimentos”, disse Dias.

O ministro destacou ainda a integração entre os setores. “Povos tradicionais agem como guardiões de técnicas tradicionais de plantio e da diversidade genética de nossos alimentos. A floresta produtiva é um caminho que integra o social, o ambiental e o ecológico”, afirmou.

Declaração de Belém

O debate ocorre dias após a aprovação da "Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas", assinada por 43 países e pela União Europeia no último dia 7 de novembro.

A ministra da Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha, Reem Alabali Radovan, elogiou a iniciativa brasileira.

“Esta declaração representa um passo pioneiro na articulação entre ação climática, proteção social e segurança alimentar. Reconhece que a proteção do planeta e a proteção das pessoas devem caminhar juntas”, disse a ministra alemã.

(Com informações da Agência Brasil).

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