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Sobe para 64 número de mortos em operação contra o Comando Vermelho no Rio; a mais letal da história do estado

Entre as vítimas, estão quatro policiais. Os mortos incluem civis e suspeitos de envolvimento com o tráfico. Mais de 2.500 agentes foram mobilizados

Por Aisha Vitória Publicado em 28/10/2025 às 15:49 | Atualizado em 28/10/2025 às 16:18

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O governo do Rio de Janeiro confirmou, nesta terça-feira (28), que ao menos 64 pessoas morreram durante a Operação Contenção, deflagrada nas comunidades dos complexos da Penha e do Alemão.

A ação, considerada a mais letal da história do estado, tem como objetivo combater a expansão territorial do Comando Vermelho.

Detalhes da operação e vítimas

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, entre as vítimas estão quatro policiais, sendo dois civis e dois militares, além de civis e suspeitos de envolvimento com o tráfico.

A operação prendeu 81 pessoas e apreendeu 31 fuzis. A ofensiva mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, com apoio de helicópteros, drones, 32 veículos blindados e 12 máquinas de demolição.

Drones usados por criminosos

O uso de drones por criminosos, lançando bombas contra as equipes e moradores, foi confirmado pelo governo estadual.

“Essa operação tem muito pouco a ver com segurança pública. Já é uma questão de defesa do Estado. O Rio está sozinho nessa luta contra o crime organizado”, afirmou o governador Cláudio Castro (PL), ao cobrar mais integração com o governo federal.

Cumprimento de mandados

As forças de segurança tentam cumprir 69 mandados de prisão em 180 endereços. Entre os presos, está um suposto líder do Comando Vermelho acusado de chefiar a guerra do Chapadão.

A Promotoria já denunciou 67 pessoas por associação para o tráfico e três por tortura.

Durante a ação, barricadas foram erguidas por criminosos e moradores relataram tiroteios intensos e dificuldade para circular.

Na Vila Cruzeiro, motos foram proibidas e acessos à favela foram ocupados por blindados. Unidades de saúde na região suspenderam atendimentos externos por segurança.

Dificuldade para avançar

O secretário de Segurança, Victor Santos, afirmou que a dimensão dos complexos, cerca de 9 milhões de metros quadrados, e o controle armado dificultam o avanço do Estado.

“É impossível enfrentar isso apenas com o efetivo estadual”, disse.

A operação é resultado de mais de um ano de investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público.

O Complexo da Penha foi apontado como base estratégica do projeto de expansão do Comando Vermelho na capital fluminense e em cidades vizinhas.

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