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Vice do Sport detalha jogo na Arena de Pernambuco e explica valores, setorização e contrato

Raphael Campos detalhou operação com investidores para o duelo na Arena e diz que decisão foi estratégica para reforçar o caixa rubro-negro

Por Thiago Wagner Publicado em 09/10/2025 às 20:08

O vice-presidente executivo do Sport, Raphael Campos, concedeu entrevista ao repórter Antônio Gabriel, do Escrete de Ouro da Rádio Jornal, nesta quinta-feira (9), para esclarecer os detalhes do contrato envolvendo o jogo contra o Flamengo, válido pela 12ª rodada do Brasileirão, marcado para o dia 13 de novembro, às 20h30, na Arena de Pernambuco.

A operação foi revelada pelo jornalista Venê Casagrande, do SBT Rio, que publicou um trecho do documento, assinado em 30 de julho, confirmando que o Sport recebeu R$ 3 milhões líquidos pela cessão das receitas da partida a um grupo de investidores. Raphael confirmou a autenticidade do acordo, mas reforçou que “não houve venda de mando de campo”.

“No final de julho, o Sport foi procurado por um grupo de investidores interessado na cessão das receitas desse jogo contra o Flamengo e entre outros também. A proposta era extremamente vantajosa, uma receita extraordinária de R$ 3 milhões líquidos — talvez a maior receita da história do futebol pernambucano”, afirmou Raphael Campos.

“Não é venda de mando; o Sport mantém o controle total do jogo”

O dirigente deixou claro que, embora a empresa tenha adquirido as receitas, o mando e a operação do jogo continuam sob responsabilidade do Sport, que também participa da precificação dos ingressos e da setorização da Arena.

“Isso não se caracteriza como venda de mando. O Sport mantém todas as prerrogativas de check-in, setorização e demais operações do jogo. Nós não podemos abrir mão de uma receita dessa — seria até incoerente com o discurso de buscar saúde financeira para o clube”, explicou.

Segundo Raphael, a Arena de Pernambuco foi escolhida por questões de capacidade e viabilidade financeira:

“Esse é um jogo que tem uma característica específica, onde a gente entende que deixa muito dinheiro na mesa jogando na Ilha do Retiro. Apesar da relação emocional com o nosso estádio, precisamos colocar isso na ponta do lápis. Foi uma receita extraordinária, importante pra gente.”

“O Sport vendeu as receitas, não o mando de campo”

Ao detalhar o modelo de negociação, Raphael esclareceu o que foi cedido à empresa:

“A gente vendeu as receitas, Antônio. Muito simples. Alguém está assumindo um risco, entendendo que pagando R$ 3 milhões pode ter algum tipo de lucro na operação. Para a gente, foi extremamente relevante. O investidor assume o risco e busca o retorno. Mas o mando de campo é do Sport.”

O dirigente reforçou que o clube segue como mandante, responsável pela comunicação oficial à CBF e pela solicitação de uso da Arena, local onde o Leão mandou jogos em diversas temporadas.

“O mando de campo é do Sport. Vamos notificar a Arena de Pernambuco, solicitar a data, e o jogo vai acontecer lá, como já ocorreu em 2014, 2015, 2016 e 2021.”

“Contrato foi firmado em julho, mas só seria anunciado após definição da CBF”

Questionado sobre o motivo de o acordo não ter sido divulgado antes, Raphael explicou que o Sport aguardava a confirmação oficial da data do jogo pela CBF antes de comunicar a operação.

“Simples, Antônio: a data não tinha sido marcada. Então a gente não podia falar de algo que ainda não existia. O contrato tem cláusulas de confidencialidade, e o vazamento é quebra de contrato. A gente já tinha uma nota pronta, que seria publicada após a confirmação da CBF, mas o vazamento aconteceu poucas horas antes.”

“Os R$ 3 milhões já entraram no caixa”

Raphael também confirmou que o valor de R$ 3 milhões líquidos já foi recebido e incorporado ao caixa do clube, sendo destinado às despesas operacionais do dia a dia.

“Essa receita já entrou no caixa. Foi usada como qualquer receita oriunda de bilheteria, para custear o clube. É uma receita de jogo, como qualquer outra.”

O dirigente acrescentou que o montante ajudou o clube a equilibrar as contas da temporada, especialmente diante da queda de arrecadação com bilheteria e sócios.

“A gente tinha uma necessidade de suprir um gap em bilheteria no ano, e esses R$ 3 milhões vieram para isso, para a gente bater o orçamento nessa linha.”

Setorização e divisão de torcidas

Sobre a divisão de público na Arena de Pernambuco, Raphael confirmou que será seguida a mesma configuração de partidas anteriores entre Sport e Flamengo, com os visitantes nos setores Norte Inferior e Norte Superior, correspondendo a cerca de 30% da carga total, conforme prevê o contrato divulgado.

“O setor visitante será o Norte Inferior e o Norte Superior, como já aconteceu em outros jogos. É a mesma configuração de partidas entre Sport e Flamengo na Arena. O que a gente lamenta é a politização. Se o Sport tivesse vencido ontem, essa polêmica não existiria. Como a fase é ruim, tudo vira discussão.”

“Pensando como negócio, foi uma decisão correta”

Encerrando a entrevista, Raphael defendeu a decisão como estratégica e responsável, ressaltando o caráter inédito da proposta e o impacto positivo no orçamento rubro-negro.

“Um clube que tem uma oferta de R$ 3 milhões de receita líquida por um jogo futuro, que nem tinha data definida, não tem muito que pensar. Pensando como negócio, como clube, na saúde financeira, foi uma decisão correta.”

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