Hélio dos Anjos volta ao Náutico para conseguir novo acesso em reviravolta épica
Técnico conquista novo acesso com o Timbu e reafirma a sua ligação histórica com o clube em uma temporada de recomeços e superações

O Náutico está de volta à Série B do Campeonato Brasileiro, e o responsável direto por essa retomada tem nome conhecido da torcida: Hélio dos Anjos. O treinador, em sua quinta passagem pelo clube, conduziu o Timbu ao acesso em 2025 e transformou uma temporada que começou com frustrações, ainda com outro comando, mas terminou em celebração nos Aflitos.
Com o resultado diante do Brusque e a combinação da derrota do Guarani, o Náutico garantiu o retorno à Segunda Divisão. O feito coroa um trabalho de reconstrução que teve início em abril, quando Hélio reassumiu o comando técnico em meio a um ambiente de desconfiança e pressão após eliminação frustrante no Pernambucano e um começo com derrota na Série C.
Mas coube a Hélio transformar um ano que estava se desenhando como triste em uma temporada de alegrias, com direito a muita emoção na reta final.
"Fui contratado para o acesso. Não pensei em outra circunstância. Sabia que seria difícil e complicado, mas tínhamos coisas a aproveitar", disse Hélio dos Anjos após o acesso.
A reconstrução e o resgate da confiança
Desde a chegada, Hélio apostou em um modelo baseado em disciplina tática, intensidade e competitividade. Ao lado do filho e auxiliar Guilherme dos Anjos, o treinador reorganizou o elenco e devolveu ao Náutico uma identidade sólida em campo.
O resultado foi imediato: na primeira fase da Série C, o Timbu teve uma das campanhas mais consistentes da competição — 10 vitórias, 6 empates e apenas 2 derrotas, com 24 gols marcados e apenas 5 sofridos, a melhor defesa da primeira fase. Campanha que colocou o Alvirrubro em terceiro com 36 pontos. Isso em 18 jogos. A estreia, ainda com Marquinhos Santos, foi 2x1 para o Itabaiana
Mais do que os números, o técnico devolveu confiança ao elenco e fez o torcedor voltar a acreditar. Sob o comando de Hélio, os Aflitos voltaram a ser um caldeirão, com a equipe impondo ritmo e intensidade diante da torcida.
Superação após um primeiro semestre de quedas
O ano do Náutico, ainda sem Hélio, começou com tropeços dolorosos: eliminação ainda na fase de grupos da Copa do Nordeste e queda nas quartas de final do Campeonato Pernambucano diante do Retrô. O cenário de instabilidade fez a diretoria apostar em um nome experiente e identificado com o clube.
Hélio chegou para reerguer o grupo e rapidamente impôs seu estilo. Reforçou o sistema defensivo, deu protagonismo aos jogadores certos e encontrou equilíbrio entre experiência e juventude. Mesmo com altos e baixos no Quadrangular Final, o Náutico reagiu nos momentos decisivos e transformou a esperança em conquista.
Mais um capítulo da história entre Hélio e o Náutico
A trajetória de Hélio dos Anjos no Náutico é marcada por reencontros e conquistas. Desde a primeira passagem, o técnico construiu uma relação de reciprocidade com o clube e a torcida. Em 2025, essa história ganhou um novo capítulo: o da recuperação e da persistência.
Em um cenário de forte pressão, Hélio manteve a serenidade, defendeu o grupo e conduziu o time com liderança e disciplina. A conquista do acesso não apenas resgata o prestígio do treinador, mas reafirma sua importância como símbolo de estabilidade e entrega no futebol alvirrubro. Ele havia conquistado o acesso para a Série A em 2006. Além dos acessos, Hélio conquistou o Pernambucano de 2021, sobre o Sport.
Números de Hélio dos Anjos na Série C 2025
- Primeira fase: 18 jogos – 10 vitórias, 6 empates, 2 derrotas (24 gols marcados / 5 sofridos)
- Quadrangular Final: 6 jogos – 2 vitórias, 2 empates, 2 derrotas (5 gols marcados / 6 sofridos)
- Total: 24 jogos – 12 vitórias, 8 empates, 4 derrotas
- Hélio ainda comandou o Náutico em outros 3 jogos - duas derrotas na Copa do Brasil e uma derrota para o Bahia na Copa do Nordeste
A volta à Série B é mais do que um resultado esportivo. É a confirmação de que o Náutico, sob Hélio dos Anjos, reencontrou sua força. Em meio a um ano de desafios, o treinador devolveu competitividade, organização e orgulho à torcida.
Mais uma vez, Hélio e o Náutico cruzam caminhos para escrever uma história de reconstrução — e, acima de tudo, de fidelidade entre um técnico e o clube que mais vezes o fez renascer.