Crítica: Five Nights at Freddy’s 2 acerta em cheio para os fãs, mas tropeça na falta de direção

Por Observatório do Cinema Publicado em 04/12/2025 às 15:00

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A franquia Five Nights at Freddy’s começou como um simples jogo de survival horror, mas se transformou rapidamente em um fenômeno global. O sucesso estrondoso do primeiro filme elevou as expectativas para Five Nights at Freddy’s 2, que promete ser maior e melhor – e, em muitos sentidos, cumpre essa promessa.

A sequência acompanha Mike (Josh Hutcherson), Abby (Piper Rubio) e Vanessa (Elizabeth Lail) alguns anos após os eventos do filme anterior. Mesmo sem ocorrências sobrenaturais registradas desde então, fica claro desde o início que os horrores nunca cessaram. À medida que Abby tenta ajudar os espíritos presos nos animatrônicos, Mike e Vanessa voltam ao ponto de partida, com direito a vários Easter eggs para os fãs.

O filme constrói bem sua premissa inicial e traz momentos de tensão suficientes para evitar marasmo. Porém, quando as cenas de horror dão lugar a passagens mais leves – quase cômicas – surgem os problemas de identidade. Five Nights at Freddy’s 2 parece querer ser um terror, uma comédia sombria, algo na linha de Goosebumps e até um thriller sobrenatural… tudo ao mesmo tempo, sem dominar nenhuma dessas propostas.

Essa indecisão afeta a narrativa: os conflitos se resolvem com facilidade inesperada, e a lógica interna do filme oscila, tornando os antagonistas ora extremamente rápidos e ameaçadores, ora lentos e facilmente enganáveis. O resultado é um longa feito para fãs – e somente para fãs.

Animatrônicos impressionam, mas aparecem pouco

Se há algo que mantém a franquia forte, são seus animatrônicos. O primeiro filme já se destacou nesse aspecto, mas a sequência eleva o nível, principalmente com a Marionete, responsável pelos momentos mais assustadores e tecnicamente brilhantes do longa. Seu trabalho de puppetry é impecável, e prova o poder dos efeitos práticos no terror moderno.

O problema é a falta de presença: a Marionete surge em momentos excelentes, mas passa longos trechos ausente. O mesmo vale para as versões “toy” e “withered” dos animatrônicos clássicos, que raramente fazem mais do que se mover de forma ameaçadora. Apesar de visualmente incríveis, acabam subaproveitados, funcionando apenas como dispositivos para sustos fáceis.

Ainda há quebras de continuidade em relação ao universo do game, com animatrônicos que nunca mataram antes de repente ganhando um histórico sangrento – algo que pode incomodar até os fãs mais dedicados.

Um prato cheio para fãs, mas confuso para o público casual

Five Nights at Freddy’s 2 abraça o universo da franquia com ainda mais intensidade do que o primeiro filme. Isso gera momentos criativos e até surpreendentes, mas também cria barreiras para quem não está familiarizado com os jogos, livros e teorias que sustentam esse universo.

A sequência não tem interesse em explicar muito: oferece contexto mínimo e segue adiante. Para fãs, isso é empolgante; para espectadores casuais, pode ser desconcertante. A confusão aumenta com a inconsistência tonal e com elementos pouco claros, como a revelação de que os animatrônicos do primeiro filme eram “protótipos”.

Ainda assim, o filme planta sementes importantes para o futuro da franquia, sugerindo narrativas ambiciosas nos próximos capítulos. Five Nights at Freddy’s 2 não vai conquistar todo mundo, mas é fiel à sua proposta, e isso basta para muitos fãs.

No fim das contas, o longa mantém a franquia viva e em movimento, mas ainda não é o capítulo definitivo que a série precisa. Se conseguir ajustar seu tom e aproveitar melhor seus animatrônicos, o futuro de Five Nights at Freddy’s no cinema pode ser muito promissor.

Nota: 3 de 5 estrelas

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