Landman prova na 2ª temporada que pode superar Yellowstone
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Quem diria que, no meio da despedida de Yellowstone, justamente outra criação de Taylor Sheridan viraria o assunto do momento? A estreia da 2ª temporada de Landman chegou com aquela energia de “agora vai”, entregando não só tensão e personagens fortes, mas um elemento que faltava para competir de verdade com a franquia dos Dutton.
E o mais curioso? A série faz isso resgatando algo que parecia exclusivo do universo de Yellowstone: legado familiar. Mas isso não é tudo, porque Landman encontrou uma forma ainda mais eficiente, e até mais emocional, de usar essa ideia.

Um começo que muda tudo
A abertura da 2ª temporada não economiza impacto. O episódio Death and a Sunset já deixa claro que a série quer jogar no mesmo campo de Yellowstone, mas com suas próprias regras. Logo de cara, percebemos que Tommy Norris, vivido com aquele charme bruto de Billy Bob Thornton, não será apenas o protagonista, ele será o eixo emocional e moral de uma trama que finalmente ganhou profundidade familiar.
A grande surpresa fica para a apresentação de T.L., o pai de Tommy, interpretado pelo lendário Sam Elliott. A cena do pôr do sol no asilo, silenciosa, bonita e carregada de presságios, é daquelas que param o roteiro no melhor sentido, como se Sheridan estivesse dizendo: “Preste atenção. É aqui que Landman muda de patamar.”
A revelação da morte da mãe de Tommy conecta tudo de forma crua e emocional. Pai e filho recebem a notícia separadamente, mas a montagem aproxima essas duas vidas marcadas pela dureza do Texas. E, nesse instante, Landman prova que tem fôlego para ir além das intrigas petrolíferas.

Três gerações em cena
Se Yellowstone conquistou o público com o legado dos Dutton, Landman agora faz o mesmo, só que mais rápido. A chegada de T.L. não é um flashback conveniente; ele entra para a história no presente, convivendo com Tommy e Cooper.
E essa escolha muda tudo. Sheridan coloca três gerações da mesma família no centro da narrativa logo no início, sem precisar de temporadas de construção ou séries derivadas. E aqui está o segredo: Cooper Norris, interpretado por Jacob Lofland, não é só “o adolescente da história”. Ele é dono de sua própria empresa de perfuração.
Ou seja, ele já tem agência, poder, ambição, tudo o que Tate Dutton nunca teve de fato. Isso cria uma dinâmica completamente diferente, muito mais imprevisível. Com três figuras fortes coexistindo, a série ganha camadas que lembram Yellowstone, mas também trazem algo mais moderno: conflitos entre gerações que não seguem a cartilha do “herdeiro rebelde”.

O legado Norris é mais interessante que o dos Dutton
Vamos falar a verdade: Yellowstone levou tempo para construir sua lenda. Para compreender totalmente a história dos Dutton, o público precisa assistir também a 1883 e 1923. Não que isso seja ruim, na verdade, ajudou a criar um universo riquíssimo. Mas Landman entrega sua própria profundidade familiar logo de cara.
A aparição de T.L. em cena, vivendo sua dor presente, enfrentando um mundo que já mudou sem ele, é muito mais forte do que flashbacks pontuais. E isso aproxima o público imediatamente. É fácil simpatizar com Tommy tentando equilibrar o peso do petróleo, do luto e da família.
É fácil entender Cooper tentando provar que é capaz de fazer algo que vai além de carregar o sobrenome Norris. Mas será que esse “novo Yellowstone” consegue manter essa força emocional até o fim da temporada?

Personagens fortes, elenco marcante e o melhor clima neo-western do momento
Um detalhe que ninguém pode ignorar: o elenco de Landman está simplesmente em sua melhor formação. Billy Bob Thornton entrega um dos seus personagens mais marcantes, um “fixer” de petróleo que vive na fronteira entre moralidade e desespero.
Angela (Ali Larter), sempre de olho em tudo; Monty (Jon Hamm), cheio de charme perigoso; Cami Miller (Demi Moore), manipuladora e magnética, e agora Sam Elliott coroando o time. A química entre esses atores cria um ambiente tão explosivo quanto uma perfuração mal calculada.
É aquele tipo de tensão que lembra a fase mais afiada de Yellowstone, mas com identidade própria. Landman se assume como neo-western moderno, cheio de maquinário pesado, política suja e paisagens tão bonitas quanto letais.

Landman não está tentando ser Yellowstone
A grande virada é simples: Landman parou de tentar ser “o novo Yellowstone” e decidiu contar sua própria história. O resultado? Uma série mais madura, mais profunda e mais emocional.
A construção da família Norris faz o público se importar de verdade. E o legado, agora, não é só uma ideia, é o motor da temporada. A pergunta que fica é: quando Yellowstone se despedir de vez, qual série vai ocupar o trono? Se depender da estreia da 2ª temporada, pode apostar que Landman já está cavando seu espaço.
Landman está disponível no Paramount+.
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